Parte II: A Genealogia dos Hilsdorf
A) O ramo Martin Hilsdorf (I.) e descendentes
B) Desdobrando o filho João Hilsdorf (I.1.) e família e o neto Jorge Hilsdorf (I.1.4.) e família
C) Desdobrando o filho Jorge Hilsdorf (I.2.) e família
D) Desdobrando a filha Catharina Hilsdorf Witzel (I.3.) e família
E) Desdobrando a filha Yzabel Hilsdorf Hebling (I.4.) e família
F) Desdobrando a filha Maria Magdalena Hilsdorf Fischer (1.5.) e família
G) Desdobrando a filha Konegundes Hilsdorf Hebling (1.6) e família
H) Desdobrando a filha Sophia Hilsdorf Hebling (1.7.) e família
A) O ramo Martin Hilsdorf (I.) e descendentes
B) Desdobrando o filho João Hilsdorf (I.1.) e família e o neto Jorge Hilsdorf (I.1.4.) e família
C) Desdobrando o filho Jorge Hilsdorf (I.2.) e família
D) Desdobrando a filha Catharina Hilsdorf Witzel (I.3.) e família
E) Desdobrando a filha Yzabel Hilsdorf Hebling (I.4.) e família
F) Desdobrando a filha Maria Magdalena Hilsdorf Fischer (1.5.) e família
G) Desdobrando a filha Konegundes Hilsdorf Hebling (1.6.) e família
H) Desdobrando a filha Sophia Hilsdorf Hebling (1.7.) e família
A) O ramo Martin Hilsdorf (I.) e descendentes
Para ampliar o conhecimento sobre nossos antepassados, foi preciso superar os relatos familiares e procurar ajuda nos arquivos públicos, onde fiz consultas pontuais, e depois na documentação do século XIX das paróquias católicas de Limeira, Rio Claro, Piracicaba e Leme, digitalizada pelo site familysearch.org, que submeti a uma varredura sistemática. Assim, pudemos ir além na pesquisa: nossa genealogia foi (na medida do possível) verticalizada da geração dos tataravós aos dias de hoje, e ao mesmo tempo esquadrinhada horizontalmente, para poder entender como foram construídos os relacionamentos sociais, afetivos e econômicos que sustentaram suas vidas pioneiras no interior de SP. Os documentos citados nortearam a construção da versão que apresento a seguir (2021), ainda que não representem balizas 100% seguras na medida em que os registros são produções humanas, falíveis, e nomes e datas muitas vezes dizem respeito mais ao que o escrevente do registro ouvia/entendia (em português) do que aquilo que o informante dizia (em alemão). Para reconhecer os registros percebi que tinha que refazer o procedimento às avessas: pronunciar em voz alta os caracteres escritos e imaginar como era a sua pronúncia e grafia em alemão… A título de exemplo, deixo aqui algumas das inúmeras formas sob as quais encontrei grafado o sobrenome Hilsdorf nesses registros: Ailstorf; Illsdorf; Ilsdorf; Ilsdorfe; Ilstorph; Isdolphe, Isdorf; Iesdorf; Ilisdorf; Ihsdorf; Elistorff; Elezdorfe; Elisdorpho; Elisdolp; Hüllsdorf; Hülsdorff; Hüsseldorf; Hulfelsdorf; Hasdolf; Halsdorf; Hailsdeorfe; Hieledorf; Hielandorf; Hilisdorpho; Hilsdolprf; Hilstolf; Hildrf; Hillisdorf; Hilisdofi; Hildouf; Hilstdolf, Hisdrolf; Hilstorf; Hilsdolf; Hilstdolf; Hsdorph; Helsdolf; Helstdolf; Helisdorf; Helisdolf; Helesdorf; Helisdórfe; Hellesdolf; Hellsdorf; Helesdolpho; Uistol; Zilfdrot; Zilfordt; Lishilisdorf; e as minhas preferidas Cristtolff e Cristoflh.
Ainda não consegui estabelecer a relação entre os PIONEIROS de IBICABA Guilherme HÜMMEL e Martin HÜMMEL, sendo este o patriarca da família de minha avó paterna Christina Hümmel, casada com Jorge Hilsdorf, meu avô paterno. Por esse motivo, o ramo de Guilherme Hummel será apresentado, por enquanto, em Anexo próprio.
Mas, a maior dificuldade de todo este levantamento, não vencida ainda, foi encontrar a conexão entre a esposa de Martin Hilsdorf dos relatos familiares e aquela que foi descoberta na documentação brasileira do Familysearch.org, de nome Cristina Cathariana Hümmel sobre a qual não há relatos nem na família Hilsdorf nem na Hummel. A hipótese que me restou apresentar é que ela era irmã de Martin Hümmel e veio casada da Alemanha, pré-emigração, com Martin Hilsdorf, mas somente duas gerações depois é que outra Hümmel, justamente minha avó paterna Cristina, refez a ligação com os Hilsdorf ao se casar c. 1888 com Jorge Hilsdorf, meu avô paterno.
Um pouco mais de segurança para a pesquisa veio com as contribuições do professor Luís Augusto S. Totti, que disponibilizou para a pesquisa os assentos de batismo que localizou na Alemanha, os quais chamarei documentos AAT, de Arquivos alemães do prof. Totti! Não foi feita ainda, portanto, uma pesquisa sistemática na Alemanha, assim, esses registros não representam a totalidade dos filhos, mas apenas os que estavam acessíveis para mim, na ocasião. Quando for o caso. apresentarei para cada rubrica aberta dos integrantes desta genealogia o respectivo documento encontrado, mas a seguir ofereço uma síntese com o lugar e a data de nascimento (e entre parênteses a de batismo) retirados dos desses registros AAT, que mostram os 3 casais, Martin Hilsdorf – Christina Hummel, Martin Hummel – Suzana Darmstadt, e Guilherme Hummel – Gertrudes Becker vivendo e batizando seus filhos em Wolfsheim nos mesmos anos, indicando os pequenos núcleos familiares que tomei como a base da pesquisa. Infelizmente, essas informações ainda não esclarecem a posição deles na família, ou seja, o parentesco entre eles:
-Os registros confirmam que Gertrudes Becker era nascida em Wallertheim, Christina Hummel em Wolfsheim, e Suzana Darmstadt, em Niedenreiheim, mas os casais moravam em Wolfsheim e ai tiveram os seus filhos (localizados até agora).
-Em Wolfsheim nasceram e foram batizados os filhos de Guilherme Hummel e sua mulher Gertrudes Becker: ELISABETHA em 8-9-1836 (9-9-1836); PHILIPPINA no dia 9-1-1845 (12-1-1845); ANNA MARIA em 10-9-1846 (12-9-1846);
-Idem para os filhos de Martin Hummel e Suzana Darmstadt: GUILHERME aos 11 ou 14 -12-1836 (17-12-1836); MARTIN em 11-6-1841 (13-6-1841); CATHARINA em 28-9-1846 (29-9-1846).
-E enfim, idem para os filhos de Martin Hilsdorf e sua mulher Christina Hummel: ELISABETHA em 17-11-1836 (18-11-1836); SOPHIA no dia 30-3-1842 (31-3-1842); CLARA em 30-7-1839 (31-7-1839); GEORGE em 20-6-1844 (22-6-1844); MARTIN em 23-6-1846 (24-6-1846). Nesta rubrica Martin Hilsdorf que estamos abrindo, vamos usar o conjunto dos respectivos 5 registros de batismo que a documentação AAT nos trouxe, proporcionando um salto qualitativo para a pesquisa, e que são reproduzidos a seguir: Imagem AAT 1, do livro 1836-Baptizati, p. 3, registro 13: “No dia 17-11-1836 in loco filiali Wolfsheim nasceu e no 18-11-1836 foi batizada ELISABETHA filha legítima de Martini Hilsdorf civis et sutoris/cidadão e sapateiro et Christina nata Hummel cônjuges/casados. Levante = madrinha Elisabetha Fleischmann in/residente em Wolfsheim. Min.[ister] est supra”. Na lateral: “Elisabetha Hilsdorf in Wolfsheim”. Imagem AAT 2, do livro 1839-Baptizati, p. 11, registro 13: “No dia 30-7-1839 nasceu e no 31-7-1839 foi batizada CLARA filha legítima de Martini Hilsdorf civ. et agric.[olae]/cidadão e agricultor in/em Wolfsheim, et Christina n[atae] Hummel ex/de Wolfsheim ibid. cônjuges/casados na mesma localidade. Lev = Clara Fleischmann n[ata] Hauck ex et in/natural e moradora em Wolfsheim, Joannis Fleischmann ibid.uxor[e] esposa de JF, da mesma cidade”. Na lateral: “Hilsdorf in Wolfsheim”. Imagem AAT 3, do livro 1841 e 1842-Baptizati, p. 17, registro 3: “No dia 30-3-1842 nasceu e no 31-3-1842 foi batizada SOPHIA fil. legí. de Martino Hilsdorf civis in Wolfsheim, et Christina n[atae] Hummel ex Wolfsheim, conj[uges]. Lev. = Sophia Gesellohen?? ex/de Wallertheim”. Na lateral: “Hilsdorf in Wolfsheim”. Imagem AAT 4, do livro 1844 e 1845-Baptizati, p. 20, registro 6: “Nno dia 20-6-1844 nasceu e no 22-6-1844 foi batizado GEORGIUS fil. legít. de Martini Hilsdorf civ[is] in Wolfsheim, et Christina n[atae]. Hummel ex Wolfsheim, conj[ugum = casados]. Lev. = padrinho Georgio Krehling ex Sulzheim”. Na lateral: “Hilsdorf in Wolfsheim”. Imagem AAT 5, do livro Baptizati-1846, p. 24, registro 11: “No dia 23-6-1846 nasceu e no 24-6-1846 foi batizado MARTINUS fil. legít. de Martini Hilsdorf civ. et sutoris in/em Wolfsheim et Christinae nat[ae] Hummel conj[ugum]/casados. Levante = padrinho Martino, fil.cath. Joannis Hilsdorf civ. in Wallertheim, ou seja, Martinho, católico, filho de Johann Hilsdorf, cidadão residente em Wallertheim”. Na lateral: “Hilsdorf in Wolfsheim”.
I – O PIONEIRO MARTIN HILSDORF
Integrante da leva PIONEIRA de 1847, casado e com filhos, Martin Hilsdorf em 1850 ainda morava em Ibicaba com a mulher e 6 crianças, documentadas, mas não nomeadas, e parte delas senão todas certamente nascidas na Alemanha. Nesse ano tinha boa posição na colônia, pois já era dono de 2 vacas e 1 cavalo e juntamente com o Pioneiro Guilherme Lebeis, fazia a inspeção do trabalho, destacando-se da massa do colonato. Mas não está na lista de 1858, pelo contrário, quem aparece em 1858 é seu filho (1) JOÃO HILSDORF, ainda que nomeado pela “ausência”, ou seja, referido como tendo já saído de Ibicaba. Onde estava a família nesse período? Familiares dizem que eles “tinham ido para Rio Claro, e depois, Leme”, mas não sabiam se a mudança teria sido decidida após os acontecimentos de 1856-7. Também não percebi o nome dos Hilsdorf e Hümmel dentre os envolvidos no movimento, mas é bom lembrar que o diretor da colônia, João Adolpho Jonas, amigo e aparentado próximo deles, foi dispensado de seu cargo em fins de fevereiro de 1857, e reapareceu com a família em Piracicaba. Este destino, porém, não estava no meu horizonte pois, morando eu própria nessa cidade, nunca ouvi referências a familiares desse sobrenome, exceto a uma nebulosa “tia Sophia.” Mas, a pesquisa não trouxe sinais consistentes da presença do Pioneiro e sua família em Limeira e Rio Claro depois de 1850, e voltei-me então para a cidade vizinha, Piracicaba. O resultado é que passei a formular a hipótese de que em algum desses anos entre 1850 e 58 o casal de Pioneiros Hilsdorf e sua família foram também diretamente para Piracicaba e somente alguns anos depois, deixando para trás os filhos casados, foram para a vizinha cidade de Rio Claro. Atualmente, confio mais numa variante dessa ideia: alguns filhos se deslocaram de Piracicaba para Rio Claro, mas o casal e a maior parte destes permaneceram em Piracicaba até a morte. Penso que ela pode ser provada.
Outra questão: certamente João, como um dos integrantes da leva de 1847, seria um Pioneiro adolescente, com c. de 16 anos de idade, pois sabemos que nasceu em 12-8-1831, em Wolfsheim, Alemanha e faleceu em +6-1-1897, em Leme, SP, aos 66 anos de idade. Essas são datas seguras. Assim, podemos afirmar também que João Hilsdorf era uma das crianças arroladas em 1850, pelo critério de ainda viver com os pais, embora fosse um jovem adulto de c. de 19/20 anos. Mas quem seria a esposa de Martin Hilsdorf? Quem seriam as outras 5 crianças Pioneiras, além de João?
Para a esposa e mãe das crianças começamos com a pista do já citado AO de 1897 desse filho João, trazendo o nome do pai = Martin Hilsdorf e o nome da mãe = Maria Hilsdorf, corroborando o que diz a tradição familiar. Contrastando com essa versão é dito com todas as letras no assento de casamento de João e Margarida Frey, em 1853, em Limeira, que João Hilsdorf é filho de “Martin Hilsdorf e Christina Humel”: Em Limeira, Livro de Matrimônios de abril de 1833 a out de 1854, imagem 188, temos o registro do casamento em 30-8-1853, às 11 hs da manhã, sendo testemunhas Ambrósio Strobant e Jacob Schmidt, de JOÃO HILSDORF natural de Wolfsheim, filho de Martim Hilsdorf e Christina Humel sic; e MARGARIDA FREY, natural de Gundersheim/Gunderheim, filha de João Frey e Sidônia Gratwchl (+). JOÃO FRAY também era PIONEIRO, citado dentre os colonos vindos em 1846-7 para Ibicaba. Podemos calcular que João Hilsdorf se casou com c. de 22-23 anos. O peso dessa prova documental é muito grande, e o nome de Christina Hümmel é inédito em contraste com o de Maria, e esta se tornou uma das questões principais a serem abordadas nesta pesquisa genealógica.
Outra criança do casal Martin e Maria poderia ser (2) JORGE HILSDORF (*1839, em Wolfsheim – +27-3-1921, em RCL), cujo AO confirma estes dados e Martin e Maria como os seus genitores. Mas, pelo relato familiar, Jorge teria chegado ao Brasil em leva posterior a 1847, ou talvez independentemente, e nesse caso não estaria na lista de 1850. Continuamos assim com 5 das 6 crianças ainda não identificadas, vivendo em Ibicaba entre 1847 e 1850 (mas já não em 1858). Uma questão: Na lista de 1850, porém é dito que um filho de Martin era latoeiro, e essa observação não identificaria Jorge, justamente aquele filho conhecido depois em RCL como “Jorginho, o ferrador?”
Uma consulta à internet trouxe pistas bem plausíveis sobre a terceira das 6 crianças. Trata-se de uma (3) YZABEL HILSDORF (*1838 – +1916), casada com Konrad Hebling (*1837 – +1925), um dos filhos de Justino ou Justo Hebling, família emigrante em 1855, a qual, no entanto, não aparece nas listas dos contratados como colonos parceiros de Ibicaba. Konrad e Yzabel se casaram em Piracicaba em 15-2-1862, onde sempre moraram e faleceram e ai tiveram 9 filhos: Sophia, Martinho, Valentim, João, Felipe, Conrado Filho, Maria, José e Luiz; alguns deles se casaram com outros Hilsdorf. O notável porém é que Yzabel aparece nos registros da família Hebling como irmã de João Hilsdorf, mas filha de Martin Hilsdorf e Elizabeth Hilsdorf! Temos assim um novo nome para a mulher de Martin Hilsdorf (Elizabeth), diferente do familiarmente citado (Maria) e do nome documentado (Christina Hümmel). Desenvolvemos duas hipóteses para explicar essas versões divergentes: ela poderia se chamar Maria Elizabeth ou Elizabeth Maria e ser conhecida por um ou outro nome; mas também poderia se tratar de uma segunda esposa de Martin Hilsdorf, considerando que os relatos familiares falam que Maria foi morta no hospital ainda na Alemanha, após o nascimento do filho Jorge em 1839, o que justificaria um novo casamento do viúvo Martin, mas com quem: Elisabeth ou Christina? Ou seja, Izabel é real e temos até o seu retratinho (abaixo, com o marido, Konrad Hebling), mas seu sobrenome de solteira não é citado e, o mais importante, não temos o nome da sua mãe.
Konrad Hebling |
Yzabel Hilsdorf Hebling |
Filha de Martin, ela teria vindo em 1847 com c. 9 anos, e aos 12 anos estaria na lista de 1850 como uma das suas 6 crianças: ela, filha de Elizabeth, ao passo que João e Jorge seriam filhos de Maria. Essa condição é corroborada pela elucidação de outra filha do casal Martin e Elizabeth, esta com informações mais consistentes, pois trazidas pelo pesquisador Bruno Witzel-Souza. Ele reconhece que um seu antepassado, Conrado Witzel (*1823-+1889), se casou com (4) CATHARINA HILSDORF (*c.1832 – +1882), irmã de João, Jorge e Yzabel e filha de Martin Hilsdorf e Elizabeth. Que João Hilsdorf e Catharina Hilsdorf Witzel eram irmãos está comprovado porque, na condição de “seu cunhado”, João foi o declarante no cartório de RCL quando da morte de Conrado Witzel, em 1889 (tenho o AO). Que Catharina era filha de Martinho e Elizabeth é corroborado pelo seu próprio AO (cartório de RCL), dizendo que Catharina Hilsdorf Witzel (*1832 – +24/2/1882), nascida na Alemanha, filha de Martin Hilsdorf e Elizabeth Hilsdorf, morreu com c. de 50 anos em Rio Claro, de hidropsia, estando casada com Conrado Witzel. Este foi identificado por Witzel-Souza como o PIONEIRO e filho dos PIONEIROS DE 1847 Adam Witzel e Catharina Gebhardt Witzel, nascido na Alemanha e batizado em 9-9-1823, em Udenheim, morto de febre perniciosa em Rio Claro, em 26-1-1889 [Pelo seu AO, Conrado faleceu em 1889 com c. 76 anos, o que daria o ano de 1813 para o nascimento. A conferir].
Em desfavor dessa explicação de duas esposas/mães de Martin Hilsdorf estão as próprias datas de nascimento das crianças, que como mostramos acima, interpõem os filhos de Elizabeth (Catharina e Yzabel) entre os de Maria (João e Jorge)… E talvez Catharina não fosse uma das 6 crianças anotadas em 1850 em Ibicaba, pois tendo nascido em 1832, teria c. de 18-20 anos na ocasião, e sendo casada, não poderia ser arrolada junto dos pais. Ou seja, é possível que além de Izabel, Martin e Elizabeth fossem sim pais também de Catharina, a qual, porém, foi arrolada não com os pais, mas com o marido Conrado Witzel e um filho, na respectiva lista de 1850. Essa é a explicação que demos para a família 15 da lista do Documento 2, analisado alhures e agora podemos comprová-la, pois tivemos acesso ao registro (em Limeira, Livro de Matrimônios de abril 1833 a out de 1854, imagem 136) de seu casamento em 29-10-1849, aos 17-18 anos, no qual aparece dito que Catharina era filha de “Martinho Hilsdorf e Izabel” (que é = a Elizabeth)! Esse registro mostra que na verdade acontecera o casamento de dois irmãos Wetzel ou Witzel (Conrado e Margarida), na mesma hora, lugar e testemunhas, ou seja, na matriz de Limeira, em 29-10-1849, ao meio dia, sendo testemunhas Miguel Embri = Emmerich e Jacob Follet = Vollet. Então se casaram Conrado Wetsel, natural de Voendenheim/Voenheim, filho de Adão Wetzel e Margarida Wetzel [que sabemos ser Gebhardt em solteira], com Catharina Hilsdorf, natural de Wousheim [o escrevente ouviu assim a pronúncia do nome alemão Wolfsheim], filha legítima de Martin Hilsdorf e de Isabel Hilsdorf, ambos alemães e católicos, e desta freguesia, ou seja, moradores de Limeira. O outro par de noivos era formado pela irmã de Conrado, Margarida [Gebhardt] Wetzel e Valentim Hellmeister, ambos também Pioneiros de Ibicaba.
Bruno Witzel-Souza oferece nova comprovação de que Conrado [Witzel] e Catharina [Hilsdorf Witzel], Pioneiros de Ibicaba, eram adultos e tinham vida independente c. 1850, pois ambos aparecem em listagem da colônia Bery ou Biry, em RCL, em 1852, como alemães e católicos, ela colona (idade 24) e ele diretor (idade 30), seguidos dos filhos Madalena (idade 3, nascida c. 1849) e João (idade 2 anos, nascido c. 1850). São indicados respectivamente como os colonos 1, 2, 3, e 4, formando a família 1 dessa lista de Bery, conferida pelo pesquisador. Ou seja, Catharina chegou a Ibicaba em 1847 e se casou em Limeira em 1849 com Conrado Witzel, outro Pioneiro de Ibicaba, e em 1852 já tinham seus próprios filhos: Madalena e João. O registro que localizamos (em Limeira, Livro de Batizados de out 1843 a nov/dez 1851, imagem 143), do batizado em 2-9-1849, de Catharina, de 11 dias, filha de Henrique Lecher/Licher e Catharina Poth??, sendo padrinhos Donato Hutel/Hubert/Hupert/Rupp?? e Catharina Ilstorph, que escuto/leio como Hilsdorf, todos alemães e fregueses, ass. Padre José Gomes Ped. da Silva?, pode indicar a última participação num ato sócio-religioso de uma Catharina ainda solteira, mas à véspera do casamento com Conrado Witzel. É notável que a ação de Catharina demostre claramente 2 práticas que percebi estarem associadas a esse grupo de colonos alemães emigrantes, provavelmente componentes do repertório cultural tradicional deles, que mantiveram aqui: os bebês recebendo os nomes de seus padrinhos/madrinhas no batismo; os solteiros, antes do casamento, assumindo um/a afilhado/a (familiar ou não), talvez como evidência da nova posição social que iriam adentrar.
Em apanhado provisório eu diria que temos em 1850, segundo a lista de Perret-Gentil (ou seja, nosso Documento 2): o pai Martin Hilsdorf e a esposa Elizabeth, a qual poderia ser a mãe de uma das crianças listadas e identificadas (Isabel), de outra filha identificada mas não listada (Catharina), pois já era casada e estava fora de Ibicaba, e talvez também de outras 3 crianças listadas e não identificadas, e AO MESMO TEMPO, madrasta de duas outras (João e Jorge), filhos de Maria, a primeira esposa. Esta, personagem de relatos familiares, mas de fato ainda não documentada. Aprendemos no decorrer da pesquisa que informações de registros de óbito, em especial, não são confiáveis de todo, e por isso pensamos que: se por hipótese juntarmos os nomes teremos Maria Elizabeth ou Elizabeth Maria, ou seja, uma mulher única, mãe de 4 crianças nomeadas (Jorge, João, Catharina e Yzabel) e 3 outras ainda não nomeadas, dispensando a ideia de 2 casamentos para Martin. Essa hipótese, porém, demanda elevar o número das crianças de 6 para um total de 7, dos quais 6 referidos na relação de 15-3-1850 sob a guarida do nome paterno, e outra, Catharina, arrolada em separado, em lista própria, ou melhor do marido, pois aos c. de18-20 anos, já era casada e mãe, e até mesmo já vivendo fora de Ibicaba, na colônia Bery. Outra dúvida: e como fica a nomeação da mãe de João Hilsdorf como Christina Hümmel, no registro de seu casamento com Margarida Freÿ, em 1853?
Para tentar avançar essa questão das esposas/mães, tentei saber mais acerca de Martin Hilsdorf, Pioneiro de Ibicaba, consultando diretamente o site MyHeritage: ele seria Johann Martin Hilsdorf, casado com Catharina Christina Hümmel!!! e sendo pais de Yzabel Hilsdorf (natural da Alemanha, nascida em 1838 em Watteschein/Wallerthein e falecida em Piracicaba em 20-03-1916), casada com Konrad Hebling (1837-1925); e de João Hilsdorf (natural da Alemanha, nascido em 1831 em Wolfsheim, e falecido em Leme em 1897). Tudo bate no tocante as balizas cronológicas, mas não quanto aos nomes da esposa, agora Catharina Cristina Hümmel, e dos filhos, agora trocados para Izabel e João!!! Já os filhos Jorge Hilsdorf (1839-1921) e Catharina Hilsdorf Witzel (1832-1882) não são referidos no MyHeritage, mas já vimos que há documentos que provam a existência deles e a respectiva filiação materna a Maria e a Elizabeth.
Esta nova versão que identificava Catharina Christina Hümmel como a mulher de Martin e a mãe de filhos atribuídos anteriormente a Maria (João e Jorge) e a Elizabeth (Yzabel e Catharima) continuava parecendo de todo improvável e foi deixada em suspenso até que, consultando os livros de registro da Igreja Matriz de Limeira, encontramos (em Limeira, Livro de Batizados de out 1843 a nov/dez 1851, imagem 123), o registro em 12-11-1848, na Matriz de Limeira, do batizado de Martinho (filho dos Pioneiros documentados no Documento 1, isto é, na lista de 1846, André Portes e Maria Elizabeth Portes sic), sendo padrinhos Martinho Elistorff e Christina Elistorff, todos alemães e “meus fregueses”, na fala do vigário. Provavelmente, Portes = Portz e Elistorff certamente = HILSDORF, o que, supondo este sobrenome referir-se a um casal, fecharia o nome da mulher de Martin, ela também Pioneira de Ibicaba, naquela Catharina Christina Hümmel Hilsdorf, acima apresentada. Mas, como geralmente (mas não sempre) um casal era referido como “fulano e sua mulher”, havia a possibilidade de que os nomes Martin e Christina Elistorff, porque não o foram citados naquela fórmula, pudessem ser de pai e filha, ou mesmo de dois irmãos, mas essas condições também geralmente (mas não sempre) eram indicadas nos assentos. Enfim, registramos então, a surpreendente nova identidade da mulher de Martin Hilsdorf nomeada como Christina Hilsdorf no apadrinhamento em 1848, e como Christina Hümmel no casamento do filho João em 1853, mas ainda no aguardo de uma confirmação documental mais segura.
Com o prosseguimento da pesquisa, encontramos novos documentos em reforço da sugestão de que Martinho e Christina pudessem ser 2 irmãos: em Limeira, Livro de Batizados de out 1843 a nov/dez 1851, imagem 177, em 31-8-1851, há registro do batizado de Georjie (sic), de 15 dias, filho de Guilherme Humel e Gertrudes Humel sic, sendo padrinhos (5) M…NHO ILLSDORF e (6) CELESTINA/Christina ILLSDORF, ambos solteiros, todos alemães, católicos e moradores da vila. O vigário fez o registo fora da ordem cronológica, colocando-o na última página do livro, corrigindo um erro ou esquecimento anterior, e apesar da escrita muito manchada, sua leitura confirmou a possibilidade de dois irmãos de sobrenome Hilsdorf: Martinho (este apesar das letras faltantes, ilegíveis) e Celestina (mas pode ser também Christina) como FILHOS de Martin Hilsdorf e Catharina Christina Hümmel, ou IRMÂOS dele. As palavras que impedem o entendimento dessas figuras como o próprio casal Martinho Hilsdorf e Christina [Hummel] Hilsdorf, são evidentemente “ambos solteiros”, como consta do assento paroquial. O próprio bebê George também não é citado em nenhum outro relato/documento como filho de Gertrudes Becker e Guilherme Hümmel, figuras reais, emigrantes da leva de 1847, de quem fizemos a genealogia em um dos Anexos. Como os indícios são muito confusos ainda, vamos deixar tudo em suspenso até maiores informações.
No ano de 2019, localizei outros documentos muito interessantes, que puseram de certo modo mais “lenha na fogueira” acerca da questão da esposa e filhos do nosso antepassado Martin Hilsdorf. Um deles está em Limeira, Livro de óbitos de agosto de 1843 até março de 1849, imagem 85, onde em 31-1-1848 registra-se o óbito na vila, de (7) Clara, inocente, sepultada no cemitério local, filha de Martinho Zilfdrot e Christina Zilfordt tudo sic, seguramente o casal Martinho e Christina Hilsdorf. Este registro corresponde ao quarto registro de óbito lançado para os imigrantes alemães chegados a Ibicaba e novamente confirma a identificação da Pioneira Christina Hümmel Hilsdorf como mulher de Martin Hilsdorf e mãe da sua filha Clara, c. 6 meses após a chegada do casal ao Brasil. Evidentemente, pela data do falecimento, a bebê Clara (*c.1848 – + 31-1-1848) não está arrolada dentre as 6 crianças da lista de 15-3-1850, já apresentada como Documento 2. Também não encontramos o seu nome dentre os sepultados no antigo cemitério de Limeira nessa data (consulta por telefone). Com a revelação desse registro, fizemos uma dupla reflexão, com resultados diferentes. A primeira fez retornar a hipótese de que Martin e Catharina Christina tenham chegado como casal (e ela, grávida) a Limeira, em agosto de 1847; sepultado a filha em 31-1-1848; e no final deste ano, em 28-11-1848, batizado o bebê Martinho, filho de compatriotas emigrantes. A outra, por seu lado, reforçou a possibilidade de que a dupla de padrinhos nomeados Martinho Hilsdorf e Catharina ou Celestina Hilsdorf, “ambos solteiros”, que participaram de batizado em Limeira em 31-8-1851, sejam mesmo filhos de Martin (não sabemos se de Christina Catharina também!).
Neste momento, um Resumo provisório misturando dados e hipóteses dava o seguinte quadro da situação familiar (coloquei o nome da criança; nascimento e morte; pais explicitados; e o contexto documental onde aparecem citados):
—João Hilsdorf: Wolfsheim, 1831-1897; Martin e Maria na versão familiar e Martin e Christina Hümmel no casamento com Margarida Frey em 30-8-1853, em Limeira.
—Catharina Hilsdorf: Vallertheim, 1832-82; Martin e Elizabeth; no casamento com Konrad Witzel em 29-10-1849, em Limeira.
—Yzabel Hilsdorf: Vallertheim, 1838-1916; Martin e Elizabeth; no casamento com Konrad Hebling em 1862, em Piracicaba.
—Jorge Hilsdorf: Wolfsheim, 1839-1921; Martin e Maria na versão familiar; s.i.
—Clara Hilsdorf: Ibicaba, 1848? – 1848; Martin e Christina Hilsdorf; no óbito em 31-1-1848.
–-M…nho Illsdorf e Christina/Celestina Illsdorf: s.i.; s.i;. “ambos solteiros”; no apadrinhamento
em 31-8-1851, em Limeira.
Os outros documentos localizados, em contraste com os acima apresentados, são cercados de garantias: referem outra filha de Martin Hilsdorf, (8) Maria Magdalena Hilsdorf, casada em 1851 com Martinho Fischer, de Piracicaba, da qual não só conseguimos recuperar os registros pessoais e dos filhos, como, a partir dos dados encontrados, reposicionar a genealogia da família do patriarca Martin Hilsdorf no espaço físico daquela cidade. Também ficou mais evidente o papel sócio familiar desse casal Magdalena e Martinho, filha e genro que parecem ter atraído para as suas proximidades (material e imaterial) outros familiares Hilsdorf, vindos de Limeira no início da década de 1850, funcionando como um eixo de sustentação familiar [que pensamos ter-se deslocado depois para o irmão João Hilsdorf, em 1851 ainda um rapaz de 20 anos, solteiro, e nos anos 1860-1870 um próspero morador na região de Rio Claro, e que parece ter liderado o movimento da família em direção à parte noroeste do território paulista]. O que ajuda a explicar, aliás, a ausência de dados sobre os Hilsdorf nos livros de Rio Claro no período de 1850, que tanto nos atormentou, e os inúmeros indícios da presença do casal Pioneiro Martin e Christina Hilsdorf em Piracicaba a partir dos anos cinquenta do século XIX.
Ainda mais: um equívoco atrapalhou durante um tempo a identificação dessa filha, pois o registro de casamento dá João Fischer como o seu noivo e Martinho Fischer como seu sogro, informação que não se repetiu nos registros conexos posteriores, como as anotações sobre os filhos do casal: João (1852), Carlos (1854), Martinho (1856), Martinho Jr (1858), Sofia (1861), Jorge (1863), Conegundes (1864) e Christiano (1866), todas recuperadas e indicando o casal Martinho Fischer e Maria Magdalena Hilsdorf como pais. Não podemos descartar a possibilidade de um Martinho Fischer pai, Pioneiro em Ibicaba e no mínimo três filhos que o acompanharam na emigração: João, Martinho, este o futuro marido de Magdalena, e Frederico, bem documentados; e, ainda, de Antonio, Catharina e Henrique, dentre outros filhos sobre os quais não estamos muito seguros. Outra hipótese é que Martinho tinha um nome duplo: João Martinho, prática não muito comum no grupo alemão e por isso, pouco citado.
Organizei para essa filha e a numerosa família à qual se uniu por casamento uma genealogia e um Anexo próprios. Aqui apresentamos apenas os dados do seu casamento, que permitem identificá-la como filha de Martim Hilsdorf e Christina Hümmel: em Limeira, Livro de Matrimônios de abril 1833 a outubro 1854, imagem 173, lê-se o registro do casamento em 27-9-1851, na Matriz local, c. 11 horas da manhã, sendo testemunhas Guilherme Humel (sic) e Conrat/Conrado Veitsel (sic), de João Fischer (sic), filho de Martinho Fischer e Catharina Stump, com Magdalena Hilsdorf, “filha legítima de Martim Hilsdorf e Catharina Humel”, ambos [os noivos] alemães e católicos, ele freguês de Piracicaba e ela de Limeira (sem indicação de idade). Isto significa que Martinho Fischer era morador de Piracicaba, mas Madalena e certamente sua família ainda estavam vivendo na colônia de Ibicaba. Magdalena não leva o nome Maria, da tradição familiar. Sua mãe é apresentada como Catharina Hümmel, não sabemos se por erro do escrevente ou se seu nome também era composto = Catharina Christina; como não temos como decidir agora, será citado sempre como documentado, até prova em contrário! Conrado Vitzel era casado com Catharina, outra das irmãs de Magdalena; em relação a Guilherme, ainda não identificamos o parentesco com o ramo de Martin Hilsdorf, presumivelmente mediado pela figura de Catharina/Cristina Hümmel. Quanto ao noivo João, já alertamos para o equívoco que cerca o seu nome.
Muito recentemente, levantamos também a data do falecimento de Maria Magdalena, em Piracicaba, em 14-2-1913, de afecção gripal, viúva de Martinho Fischer, aos c. 81 anos, o que data o seu nascimento de c. 1831/2, dando também mais um argumento em favor de Catharina/Christina Hümmel ter sido a esposa de Martin Hilsdorf e mãe de suas crianças desde o início dos anos 1830 (em Piracicaba, Livro de óbitos de jan de 1905 a junho de 1914, imagem 81).
Uma nota: tendo se casado respectivamente em c.1849 e 1851, as irmãs Catharina e Magdalena seriam mais próximas em idade do que Yzabel, que somente se casou em 1862, de maneira que Madalena pode bem ter batizado e dado o nome à primeira filha dessa sua irmã Catharina com Conrado Vitzel, justamente chamada Magdalena; por outro lado, os dois casais Magdalena Hilsdorf-Martinho Fischer e Yzabel Hilsdorf-Konrad Hebling morando em Piracicaba, teriam podido conviver mais estreitamente, ao passo que os casais Catharina Hilsdorf-Conrado Vitzel e João Hilsdorf-Margarida Frey teriam feito o mesmo em Rio Claro. Aliás, tenho a percepção de que João Hilsdorf, que nasceu em 1831, parece ter mantido ligações bem próximas com o casal Catharina e Conrado e seus filhos, pois quando foi dar os dados para o AO desta, em 1882, diferentemente do que vimos acontecer com os demais informantes de AOs, foi capaz de reproduzir a ordem correta do nascimento dos sobrinhos e a idade deles! Ligações emocionais que têm também uma explicação sócio geográfica, pois conviviam em Rio Claro desde os meados dos anos 1850, ao passo que os pais e outros seus irmãos Hilsdorf ainda estavam em Piracicaba.
Um novo Resumo provisório (entre dados e hipóteses) daria o seguinte quadro da situação anotando: filho; nascimento e morte; pais; onde aparecem:
—João Hilsdorf: Wolfsheim, 1831-1897; Martin Hilsdorf e Maria na versão familiar e Martin e Christina Hümmel no casamento com Margarida Frey em 30-8-1853, em Limeira.
—Maria Magdalena Hilsdorf: ?, 1831/2-1913; Martin Hilsdorf e Catharina Hümmel; no casamento com Martinho Fischer em 27-9-1851, em Piracicaba.
—Catharina Hilsdorf: Vallertheim, 1832-82; Martin Hilsdorf e Elizabeth; no casamento com Konrad Witzel em 29-10-1849, em Limeira.
—Yzabel Hilsdorf: Vallertheim, 1838-1916; Martin Hilsdorf e Elizabeth no casamento com Konrad Hebling em 1862, em Piracicaba.
—Jorge Hilsdorf: Wolfsheim, 1839-1921; Martin Hilsdorf e Maria na versão familiar; s.i.
—Clara Hilsdorf: Ibicaba, 1848? – 1848; Martin Hilsdorf e Christina Hilsdorf; no óbito em 31-1-1848.
—M…nho Illsdorf e Christina ou Celestina Illsdorf: “ambos solteiros”; no apadrinhamento em 31-8-1851, em Limeira.
Temos agora o caso de (9) SOPHIA HILSDORF, descoberta por meio do apadrinhamento de suas sobrinhas. Temos 3 documentos desse tipo como comprovantes. O primeiro data de 1858, quando batizou Sophia Witzel, filha da irmã Catharina Hilsdorf casada com Conrado Witzel (em RCL, Livro de Batismos, abril 1857 a maio 1865, imagem 21): batismo em 7-2-1858, na Matriz de RCL, de Sophia, de doze dias, filha de Conrado Witsel e Catharina Hilsdorf sendo padrinhos João Hilsdorf e Sophia Hilsdorf, fregueses da vila de RCL; o segundo de 1862, quando batizou Sophia, a primogênita da irmã Izabel Hilsdorf casada com Konrad Hebling (em Piracicaba, Livro de batismos de janeiro 1842 a junho 1874, na verdade 30-12-1865, imagem 108): aos 22-11-1862 registro do batizado de Sufia (sic) de 6 dias, filha de Konrad Hebling e de Elizabeth, sendo padrinhos Martinho Hilsdorf e Sophia Hilsdorf, ou seja, pai e filha, fregueses desta cidade; e enfim, o terceiro apadrinhamento no ano seguinte, 1863, quando foi madrinha de outra Sofia (sic), filha do irmão João Hilsdorf e Margarida Frey (em RCL, Livro de Batismos de abril 1857 a maio 1865, imagem 154): em 10-7-1863, batizado de Sofia, com 10 dias, filha de João Hilsdorf e Margarida Frei, sendo padrinhos Jorge Hilstorf e Sophia Hilstorf (sempre sic), todos da paróquia, os dois padrinho e o pai dsa bebê sendo irmãos entre si.
Podemos concluir que a “tia Sophia” seria mais uma das crianças Pioneiras de Ibicaba, filhos de Martin Hilsdorf e de mãe agora identificada como Christina/Catharina Hümmel? Sim, confirmado, pois mediante a busca sistemática dos casamentos nos registros da Igreja católica, localizamos (em Piracicaba, Livro de Matrimônios de maio de 1859 a março 1866, imagem 72), o registro com dados explícitos do próprio casamento de Sophia: na Matriz de Santo Antonio, em Piracicaba em 30-4-1864, sendo ela “Sophia Hilsdorf, filha legítima de Martinho Hilsdorf e de Christina Hümmel, natural e batizada em Biblis digo em Wolfsheim”, com Phelippe Hebling, filho legítimo de João [mas na verdade Justino ou Justus ou Judokus] Hebling e [Ana] Maria Kunz, natural e batizado em Biblis; ambos alemães, católicos e fregueses da cidade = moradores de Piracicaba e paroquianos da matriz, assinado pelo vigário padre Joaquim Cypriano de Camargo. O noivo Felipe é um dos irmãos de Konrad Hebling e Valentim Hebling, casados respectivamente em 1862 e em 1855 com as irmãs de Sophia, Yzabel Hilsdorf e Conegunda Hilsdorf, ambas estas duas famílias moradoras da mesma cidade, às quais se juntou o casal Sophia e Felipe. O registro do casamento da filha confirmou também, mais uma vez, o nome da mãe, neste caso com uma precisão maior, ao localizar mãe e filha como nascidas em Wolfsheim, na Alemanha, a mesma vila de origem do irmão mais velho, João (como diz a família). Extrapolando em direção a uma nova hipótese: Christina Hümmel tem filhos nascidos ainda na Alemanha nos anos 1830 (João, Magdalena e talvez Sophia) o que nos leva a tender para descartar “Maria Elizabeth” e “Catharina” como nomes da esposa de Martin e a identificá-la como traço de união entre as famílias Hilsdorf e Hümmel já nos anos pré-emigração.
Relatos familiares dizem que Felipe Hebling (*14-9-1840 – + 1871 em ??) faleceu cedo e deixou as filhas Isabel (c. 1865, batizada em Piracicaba) e Maria (c. 1868, batizada em Rio Claro). Há alguma documentação sobre uma 3ª. filha, chamada Elisa, porém sem indicação da data de nascimento. Como Isabel era um nome intercambiável com Elisa, talvez sejam ambas a mesma pessoa. Trabalhamos esta e outras questões concernentes ao núcleo familiar Sophia e Felippe na respectiva genealogia sob a rubrica Sophia Hilsdorf .
Encontramos outra filha de Martin e Christina pelo seu assento de casamento, quando consultamos os diversos Livros de Matrimônios da Matriz de Piracicaba: em Piracicaba, Livro de Matrimônios de julho de 1854 a set de 1859, imagem 13, identificamos o casamento em 2-9-1855, às 4 horas da tarde na matriz local de Santo Antonio, por portaria do Vigário Geral do Bispado, sendo testemunhas Martinho Fischer e Adão Hebling (no original está Fichet e Eble respectivamente), de Valentim Hebling, filho legítimo de José [na verdade, Justo ou Judokus Hebling] e Maria Hebling [esta Ana Maria Kunz, em solteira], com (10) Konegundes Ilsdorf, filha legítima de Martinho Ilsdorf e Christina Ilsdorf. Ambos os nubentes eram alemães católicos e fregueses desta matriz, recebendo na mesma ocasião a benção nupcial. Assinado pelo vigário José Gomes Ped. da Silva? Almeida? e as testemunhas Martino = Martinho Fischer e Adom = Adam Hebling. Tudo sic. Este, sabemos ser irmão do noivo, vindos ambos para o Brasil em c. 1854: Valentim ainda solteiro e Adão acompanhado de sua mulher. Martinho Fischer por sua vez, é o marido de Maria Magdalena Hilsdorf, uma das irmãs da noiva, casada desde 1851 e dai em diante moradores de Piracicaba, para a qual atraíram muitos familiares, como vimos.
Valentim teria c. de 24 anos na ocasião, pois nascido em c. 11-10-1831 em Biblis segundo relatos familiares, e fez um casamento razoavelmente rápido, o que pode sinalizar que ele e Konegundes já se conheciam pré-emigração, e por extensão, a razão pela qual a família Hebling escolheu vir para Piracicaba. Ele faleceu já viúvo em Piracicaba, em 5-12-1903, e seu AO não declina o nome da mulher, mas registra que deixou filhos. Quanto a Konegundes, pelos relatos familiares seria Konegundes/Conegundes Hilsdorf Hebling (*1836, em Vallerthein, e + 1898, em Piracicaba), mas o Livro de óbitos de Piracicaba deste ano não está acessível para confirmação no familysearch.org. Vamos assim, conservar estas datas, por enquanto: Valentim Hebling (*c. 11-10-1831, em Biblis, Alemanha – +5-12-1903, em Piracicaba) e Konegundes (*c. 1836, em Vallertheim – +1898, em Piracicaba). Podemos, porém, acompanhar um pouco a sua vida familiar pela localização de seus filhos: o casal Valentim e Konegundes teve os filhos documentados: Elisa (?); Martinho (1857); Felipe (1859); Isabel (1860); e Maria (1867), sendo que Elisa e Isabel/Elisabeth poderiam ser a mesma pessoa; e construída hipoteticamente, a filha: Conegundes (?).
Se acrescentarmos aos nomes de Konegundes e Sophia o da irmã Yzabel teremos então 3 irmãs Hilsdorf casadas com 3 irmãos Hebling: respectivamente Valentim (em 1855), Felippe (em 1864), e Konrad (em 1862); além de Maria Magdalena Hilsdorf casada com Martinho Fischer (em 1851); todas ligadas a Piracicaba.
Para os 3 últimos nomes elencados como filhos de Martin Hilsdorf, temos apenas referências indiretas, isto é, de apadrinhamentos: Elena, Elisa e Maria foram identificadas pela condição de madrinhas, mas não temos datas para os seus próprios eventos de nascimento, batismo, casamento e óbito.
Em Piracicaba, Livro de batizados de set 1856 a out 1859, imagem 78, foi registrado o batizado em 10-4-1859 de Elena, de 14 dias, filha de Lourenço do Pilar e Sabina Ahaitnan ??, sendo padrinhos Valentim Esiolien ou Eidien?? mas que li como Eblim ou Ebling, na verdade Hebling, e Elena Iilsdorf (nome e sobrenome claríssimos, escrita bem desenhada!), que li como Hilsdorf, “todos Alemães Católicos Romanos e fregueses desta”, ass. Vigário José Gomes Pad. da Silva? Almeida? Elena seria por hipótese uma das cunhadas de Valentim Hebling, irmã de sua esposa Konegundes, e deu seu nome à bebê afilhada, como era de praxe. Qual a base de nossa elucubração? Localizamos o assento de casamento dos pais Lourenço e Sabina, e percebemos que o pai presumido de Elena e sogro conhecido de Valentim, Martin Hilsdorf, foi um dos padrinhos do ato, anterior de c. 3 meses ao batizado da filha! É o que está registrado (em Piracicaba, Livro de Matrimônios de julho 1854 a set de 1859, imagem 53): casamento em 22-1-1859, c. das 9 hs, sendo testemunhas George do Pilar e Martin Ilsdorf, de Lourenço do Pilar, filho de George do Pilar e Magdalena do Pilar, com Sabina Ainian/Himian, filha de Mathias Himian e Isabel Aiman, alemães, católicos romanos, naturais da Suíça mas fregueses desta, tudo sic.
A menção acima a Elena Hilsdorf como madrinha em abril de 1859 de um bebê, cujos pais tiveram o casamento apadrinhado em janeiro desse mesmo ano por Martin Hilsdorf, é o primeiro documento que temos até o momento indiciando sua existência como outra das irmãs Hilsdorf relembradas nos relatos familiares. Há também a possibilidade, ainda não provada, de ser a mesma Elena que em 1861 foi madrinha de um sobrinho, filho do casal João Hilsdorf e Margarida Frey, seu irmão e cunhada: no Livro de Batismos de RCL, abril de 1857 a maio de 1865, imagem 95, se diz que em 2-6-1861, na Matriz de RCL, ocorreu o batizado de JORGE “de dés dias” (10 dias), filho de João Hilsdorf (percebe-se debaixo desta a grafia original Hilstorf) e de Margarida Frai (foi escrito o que o escrevente ouviu), sendo padrinhos Jorge Hilsdorf e Helena ….(ilegível, pois não consegui decidir entre Wolfeosl, Wolfeol, Wolhol, Wollsel, Witsel, Wiltel, e até Hilsdorf!) Jorge, o padrinho, é certamente o tio paterno (*c.1839 – +1921), conhecido como Jorge, o ferrador, de quem o sobrinho ganhou o nome, e Helena poderia ser a Elena acima, filha de Martin Hilsdorf e irmã de João e Jorge Hilsdorf e, enfim, tia do bebê Jorge [Freÿ] Hilsdorf (futuramente, meu avô paterno).
Alternativamente, pensei que as Elenas citadas pudessem referir outra irmã de João e Jorge, Maria Magdalena, moradora de Piracicaba, cujo nome era frequentemente grafado como Helena, mas ela, desde o casamento em 1851, levava o sobrenome do marido Martinho Fischer: Maria Magdalena Fischer. Assim, a filha (11) HELENA ou ELENA HILSDORF (? – ?) é identificada como construção sedutora, mas hipotética, até um esclarecimento cabal.
A condição de madrinha de batismo foi também a fonte a partir da qual deduzi a condição de filha de Martin Hilsdorf para (12) ELISA HILSDORF. Em RCL, Livro de Batismos, jan 1869 a março 1876, imagem 9, registra-se o batizado em 23-4-1869 de João, de 11 dias (nascido portanto em c. 12-4-1869), filho de João Halsdolf e Margarida Frais, sendo padrinho Martinho Hasdolf por meio de seus procuradores Jorge Halsdolf e Elisa Halsdolf (todos os sobrenomes sic). Se Martinho for o PIONEIRO DE IBICABA Martin Hilsdorf (creio que é), isso significa que ele, na condição de avô do bebê e impossibilitado de comparecer por uma razão não mencionada, deu procuração ao filho Jorge e a uma filha Elisa para representá-lo. Esta Elisa seria uma das crianças Pioneiras de Ibicaba (1847), não citada até agora? O bebê João não sobreviveu, falecendo alguns meses depois.
Vou seguir o mesmo raciocínio para a indicação do último nome: pelo RCL, Livro de Batismos, abril 1873 a out 1876, imagem 99, ocorreu em 17-1-1875 o batismo de Martinho, de 24 dias, filho de Jacob Clein e Anna Cleim, sendo padrinhos Martinho Hilsdorf e (13) MARIA HILSDORF. Não fica esclarecido em que igreja aconteceu, apenas que “o vigário da capela de Santa Cruz da Conceição, Pedro Vaz Pinto batizou Martinho”. Cleim é a grafia aportuguesada de Klein, sobrenome bastante difundido em RCL e Leme, onde mantiveram relações de amizade com os Hümmel-Hilsdorf. Mas para Martinho e Maria temos duas opções frágeis: trata-se do pai Martin, Pioneiro de Ibicaba, e sua nora Maria Baungartner Hilsdorf, ou do pai e uma filha, sobre a qual carecemos de outras menções? Assim, no contexto familiar da época, apenas podemos imaginar os padrinhos Martinho e Maria como possibilidades: pai e filha, dois irmãos, dois cunhados, um casal.. Pesamos todas e optamos pela primeira!
Um Resumo provisório e ampliado misturando dados comprovados e hipotéticos daria o seguinte quadro da situação familiar, contemplando o nome do filho; nascimento e morte; pais; e onde são mencionados:
—João Hilsdorf: Wolfsheim,1831-1897; Martin Hilsdorf e Maria na versão familiar e Christina Hümmel no casamento com Margarida Frey em 30-8-1853, em Limeira.
—Maria Magdalena Hilsdorf: ?, 1831/2-1913; Martin Hilsdorf e Catharina Hümmel; no casamento com Martinho Fischer em 27-9-1851, em Piracicaba;
—Catharina Hilsdorf: Vallertheim, 1832-82; Martin e Elizabeth; no casamento com Konrad Witzel em 29-10-1849, em Limeira;
—Konegundes Hilsdorf: Vallertheim, 1836-1898; Martin Hilsdorf e Christina Hilsdorf; no casamento com Valentim Hebling em 2-9-1855, em Piracicaba;
—Yzabel Hilsdorf: Vallertheim, 1838-1916; Martin e Elizabeth; no casamento com Konrad Hebling em 1862, em Piracicaba;
—Jorge Hilsdorf: Wolfsheim, 1839-1921; Martin e Maria na versão familiar; s.i.
—Clara Hilsdorf: Ibicaba, 1848? – 1848; Martin e Christina Hilsdorf; no óbito em 31-1-1848;
— M…nho Illsdorf e Christina ou Celestina Illsdorf: s.i.; s.i; no apadrinhamento em 31-8-1851, em Limeira, “ambos solteiros”;
—Sophia Hilsdorf: Wolfsheim, ? – ?; Martin Hilsdorf e Christina Hümmel Hilsdorf; no casamento com Felipe Hebling em 30-4-1864, em Piracicaba;
—Elena Hilsdorf: (?-?); Martin e ?; no apadrinhamento em 10-4-1859, em Piracicaba;
—Elisa Hilsdorf: (?-?); Martin e ?; no apadrinhamento em 23-4-1869; em RCL;
—Maria Hilsdorf: (?-?); Martin e ?; no apadrinhamento em 18-1-1875, em RCL.
Essa riqueza de dados demandou uma nova articulação em relação às narrativas familiares, a qual revela os seguintes pontos:
— Martin Hilsdorf (*? – +?) veio na leva Pioneira de 1847 e em 1850 ainda morava em Ibicaba com a mulher e 6 crianças, mas não está na lista dos colonos parceiros de 1858, por motivo a esclarecer, provavelmente mudança com a família para Piracicaba e depois para RCL.
–Na lista de 1850 é arrolado como o patriarca número 56: “…Hüsseldorf, com M [mulher] e 6 crianças, Inspetor, tendo 2 vacas, 1 cavalo”; um filho é… [ilegível, talvez ferblantier”, lembrando que a lista foi manuscrita em françês]; tem posses e é inspetor, portanto não trabalha mais plantando café. A lista traz dados desde 1847, portanto comprova que a família é Pioneira, isto é, vinda nessa primeira leva de 1846-47.
–Quanto à situação familiar em 1850, há ainda alguma indecisão, pois não temos nomes nem idades da mulher e das 6 crianças, que podem ser nascidas na Alemanha ou já no Brasil (entre 1847-50): talvez fossem João de c. 19-20 anos, Magdalena com 18, Konegundes com 14, Yzabel com 12, Jorge, com 11 e quem sabe. Sophia. A filha Catharina (1832-1882) de c.18-19 anos, era Pioneira, mas já casada e mãe de família, estava provavelmente arrolada com o marido Conrado Witzel. Levantamos outros nomes de filhos, mas construídos hipoteticamente, carentes de provas documentais mais robustas e sequer presentes nas lembranças familiares: Clara; Martinho; Christina, Celestina, Elisa, Maria, e Elena.
–Quanto aos pais, a situação é bem mais complicada: um casal Hilsdorf não pôde ainda ser considerado em definitivo. Não temos o nome da esposa em 1850. Pelos AO dos filhos João e Jorge, e também por relatos familiares, o nome da mãe é MARIA, mas pelo registro de casamento de João, em 1853, é Christina Hümmel e não localizamos ainda o registro e casamento de Jorge com Maria Baungartner; pelo AO da filha Catharina, a mãe é ELIZABETH; pelo AO da filha Yzabel, os genitores não foram registrados, mas o registro de casamento gravou Elizabeth como a mãe dela. Talvez se trate de Maria Elizabeth, uma primeira esposa, mãe desses filhos nascidos na Alemanha na década de 1830. “Maria Elizabeth” teria falecido ainda na Alemanha, e ocorreu um segundo casamento, pois, o nome de Catharina Christina ou Christina Hümmel aparece como o da mãe, em A) no registro de óbito da filha Clara (1848), nascida já em Ibicaba, poucos meses após a sua chegada à colônia em 1847; B) nos registros de casamento das filhas Magdalena (1851) Sophia (1864) e Conegundes (1855), e do filho João (1853), todos referidos também como “alemães e católicos”. No caso de Martinho, Celestina/Christina, Elena, Elisa e Maria, há indícios de existência real dessas figuras, pois realizaram apadrinhamentos, mas não sabemos ainda se pertenceram ou não à família, pois não há menção ao nome dos pais nos documentos consultados.
Por outro lado, após a pesquisa documental nas paróquias (via familysearch), parece claro que Martin Hilsdorf, a mulher Christina Hümmel e os filhos João, Sofia, Konegundes, Elena, e Isabel ainda solteiros e as meninas mais novas Maria e Elisa estavam morando em Piracicaba, saídos de Ibicaba e participando de atos sócio religiosos, onde seus nomes são referidos. A hipótese para esse deslocamento foi a rede de apoio estendida pela filha Madalena, casada na família Fischer, em 1851, e desde então moradora dessa cidade. A partir de 1855, os casamentos documentados de outros filhos falam de ambos os noivos já morando em Piracicaba quando do evento: Conegundes com Valentim Hebling (1855), Isabel com Conrado Hebling (1862), e Sofia com Felipe Hebling (1864). Eu acrescentaria também o filho João, em algum momento após o seu casamento com Margarida Frey (1853), pois o primogênito deles nasceu em Piracicaba.
Inacreditavelmente para mim que NUNCA ouvi falar disso, vários registros mostram o Pioneiro Martin Hilsdorf e sua mulher Christina Hümmel morando em Piracicaba e participando como padrinhos em eventos familiares ou de outros imigrantes alemães da vida na cidade, corroborando a ausência da família Hilsdorf na lista já citada de colonos de Ibicaba de 1858 (Documento 3) e também na documentação das outras cidades vizinhas da região. Um pequeno exemplário é apresentado a seguir:
–em Piracicaba, Livro de Matrimônios de julho de 1854 a set de 1859, imagem 47, em 24-4-1858, na Matriz, casamento às 10 hs do dia, de Januário Borges Ferreira, natural de Coritiba, com Carolina Maria do Espírito Santo, viúva por óbito de Cypriano José Pereira, sepultado nesta cidade [Piracicaba], onde ambos são fregueses; não receberam a benção porque ela é viúva; sendo testemunhas Martin Hilsdorf e Francisco Rodrigues de Belém. Tem assinaturas do vigário Padre José Gomes e das testemunhas;
–em Piracicaba, Livro de Matrimônios de julho de 1854 a set de 1859, imagem 53, em 22-1-1859, na Matriz, casamento pelas 9 hs do dia, de Lourenço do Pilar (filho legítimo de George do Pilar e Magdalena do Pilar), com Sabina Aiman (filha legítima de Mathias Aiman e Isabel Aiman), ambos alemães, católicos romanos, naturais da Suíssa e fregueses desta cidade [Piracicaba]), sendo testemunhas Martin Hlsdorf e George do Pilar. Atualmente, sabemos que o sobrenome Pilar é invenção do escrevente: é Pilat!!! Tem assinaturas do vigário Padre José Gomes e das testemunhas. Localizamos o batismo da filha do casal (em Piracicaba, Livro de batizados de set 1856 a out 1859, imagem 78), em 10-4-1859, Elena, de 14 dias, filha de Lourenço do Pilar e Sabina Ahaitnan ??, sendo padrinhos Valentim Esiolien ou Eidien?? mas que li como Eblim ou Ebling, na verdade Hebling, e Elena Iilsdorf (nome e sobrenome claríssimos, escrita bem desenhada!), que li como Hilsdorf. Ou seja, a filha presumida e o genro conhecido de Martin Hilsdorf!
–em Piracicaba, Livro de Batismos de jan 1842 a junho 1874 (na verdade 30-12-1865), imagem 66, em 25-5-1861 na Matriz de Piracicaba, batizado de Izabel de 1 mês, filha de ilegível Jeimisterlais?? e de Margarida …comido… ilegível, sendo padrinho Martin Ilsdorf, todos desta cidade (só ele);
–em Piracicaba, Livro de Batismos de jan 1842 a junho 1874 (na verdade 30-12-1865), imagem 141, em 15-12-1863, batizado de Felipe, de 8 dias, filho de André Saaks (o Pioneiro Andréa Sachs) e Maria Schimit, sendo padrinhos Felippe Hebling em companhia da sogra Christina [Hümmel] Hilsdorf, ass. pelo coadjutor Francisco de Assis Pinto de Castro;
–em Piracicaba, Livro de Matrimônios de maio de 1859 a março de 1866, imagem 95, em 26-10-1865, sendo testemunhas Pedro Sienaraheimer sic e Martinho Hilsdorf, registro do casamento misto entre Lourenço Bürkli (filho de Lourenço Bürkli e Margarida Bürkli), natural da Suíça, com Úrsula Schiler (filha de Henrique Schiler e Margarida Müller);
–em Piracicaba, Livro de Matrimônios de março de 1866 a set 1877, imagem 94, em 8-4-1869, registro de casamento de brasileiros, sendo padrinhos Martinho Ailstorf (sic) e um brasileiro;
–na mesma ocasião, mas não no mesmo registro: em Piracicaba, Livro de Matrimônios de março 1866 a set 1877, imagem 213 [= o último assento do livro de 214 págs, provavelmente cobrindo uma lacuna], em 8-4-1869, sendo testemunhas Martinho Elisdorpho e Valentin Hebringue, registro de casamento misto de Felipe Fischer (filho de Martinho Fischer e Catharina Ficher) com Catharina Estronbart (não-católica, filha de Ambrósio Estrunbarte e de Carlota Estrunbarte (tudo sic, mas o correto é Strobandt/Strohband), todos alemães e fregueses desta (= Pìracicaba);
–em Pìracicaba, Livro de Matrimônios de março de 1866 a set 1877, imagem 110, temos registro em 30-7-1870 do casamento (após a cerimônia feita perante o juiz), na Sacristia da Igreja, por se tratar de cultus disparitis, no qual o vigário só deu a benção e eles próprios renovaram os votos de não impedimento da parte masculina à parte feminina de praticar os atos da religião católica, de Frederico Fischer (protestante) e Bárbara Fischer (católica), alemães, sendo testemunhas Valentin Hebling e Martin Hilsdorf; assinam conjuntamente estas, mais o vigário e o noivo. Bárbara era Himian/outras versões em solteira, e já se casara “perante o juiz” segundo a legislação vigente para garantir legalidade aos filhos havidos com Frederico, desde meados dos anos 1850. Faleceu de parto aos 40 anos, e foi sepultada em Piracicaba em 11-6-1873. Bárbara e Frederico eram próximos dos Hebling e dos Hilsdorf, especialmente destes, pois Martinho Fischer, irmão de Frederico, era casado com Magdalena, filha de Martin e Christina.
–em Piracicaba, Livro de Matrimônios de março de 1866 a set 1877, imagem 179, registro de casamento de brasileiros em 20-3-1873, sendo padrinhos Martinho Hisdorf e João Pinto de Oliveira.
–em Piracicaba, Livro de Matrimônios de jan 1883 a fever de 1885, imagem 23, em 19-2-1884, sendo testemunhas Martinho Ilsdorf e um brasileiro, registro do casamento de 2 brasileiros.
Abaixo, reproduções das assinaturas de Martin Hilsdorf em registros nos Livros de Piracicaba:
24-4-1858
22-1-1859
Esses assentos falam da condição de padrinho de Martin Hilsdorf Pioneiro. Temos presentes alguns questionamentos a esse respeito: mostram que ainda era morador local ou alternativamente, referem estadias ocasionais dele na cidade? Pela data avançada, principalmente dos últimos registros, poderiam ser do neto Martinho Hilsdorf (que teria c. 34 anos na ocasião), casado com a neta e prima Sofia Hilsdorf Hebling e moradores locais? Considerando os registros acima, e outros espalhados neste texto, percebemos que Martin Hilsdorf foi fiador de vários casamentos mistos e nos perguntamos: ele era considerado pela igreja católica como testemunha de confiança, ou se a sua participação decorria de um interesse pessoal de proteção dos católicos? Por sua vez, vemos que sua mulher Christina Hümmel tem presença bastante discreta nesses registros, praticamente desaparecendo deles desde o final dos anos 1860. Mas a questão mais importante a seu respeito, e que também considero a maior desta pesquisa é: por que nunca foi reportada pela família, por que não ficou na nossa memória a sua existência real, documentada, com um sobrenome que antecipa a conexão dos Hümmel com os Hilsdorf para os anos pré-Ibicaba, duas gerações antes da ligação que a família sempre divulgou ter começado nos anos 1880, com o casal Jorge Hilsdorf e Christina Hümmel (nossos avós)?
ADENDO: SITUAÇÂO ATUAL DA GENEALOGIA COM AS CONTRIBUIÇÔES DO PROF. TOTTI
Como é perceptível pela leitura do texto acima, não tínhamos até agora, seguindo conversas familiares e contando com os dados do familysearch, nenhuma data comprovada ou mesmo sugerida para o nascimento e o falecimento do PIONEIRO MARTIN HILSDORF. Indiretamente, temos seus atos de apadrinhamento, que alcançam os meados dos anos 1870, mas até prova em contrário essas informações poderiam ser referidas também a parentes de mesmo nome. O mesmo pode ser dito da figura localizada como esposa e mãe dos seus filhos: Christina Hümmel, nome inédito com o qual a documentação paroquial nos surpreendeu vivamente, mas que acabamos por firmar como o do casal, desde os anos 1830, na Alemanha!
No final de 2020, o professor Luiz Augusto Schmidt Totti (também um descendente dos Hilsdorf pelo ramo Hilsdorf-Hebling) me alcançou com duas contribuições fundamentais para o esclarecimento de aspectos pendentes desta genealogia. Numa primeira oportunidade, o prof. Totti localizou e me enviou dados dos respectivos óbitos de Martin Hilsdorf e sua mulher Christina Hümmel Hilsdorf, que eu não havia encontrado nos registros paroquiais pesquisados, chegando a pensar que eles tivessem retornado à Alemanha e ai falecido. Sabemos, agora, pela pesquisa que ele realizou nos Livros de registro de sepultamentos no Cemitério da Saudade, de Piracicaba, que Crestina Hlstorf sic, branca, alemã, mulher de Martinho Hlstorf sic, faleceu de “paralezia” aos 87 anos, sendo sepultada em 29-6-1889 (sepultura no. 699), segundo registro nas fls. 94 verso e 95. Seu marido Martin faleceu uma semana depois: Martinho Ilstorf sic, branco, alemão, viúvo, com 84 anos, também de “paralezia”, sendo sepultado em 6-7-1889 (sepultura no. 707), pelo registro nas fls. 95 verso e 96. Em ambos os casos, foi pago o valor de 3$000 rs pelo serviço. Tenho cópia desses registros gentilmente enviados pelo prof. Totti, que publico abaixo. Acessando os livros digitalizados do Cartório do 1º. sub-distrito, em Piracicaba, ele encontrou ainda o registro de óbito de Christina Lindolpho sic, mulher de Martinho Lindolpho sic, de 87 anos, falecida “ontem”, ou seja, em 28-6-1889, nesta cidade, de “paralysis” (registro no. 456 do Livro C-004, fls. 99-100). Também recebi cópia desse assento. Esse material será citado como SPT = sepultamentos em Piracicaba obtidos pelo prof. Totti. Mas o respectivo registro de óbito de seu marido Martin Hilsdorf não foi localizado no livro apropriado do cartório. E também não sabemos a razão pela qual o casal não aparece nos livros paroquiais de registro de óbitos de Piracicaba e cidades vizinhas, que pesquisamos, ele e eu, exaustivamente.
Juntando os dados recuperados do MyHeritage e do Familysearch e os SPT fornecidos pelo prof. Totti temos finalmente as balizas cronológicas desses nossos ascendentes: Martin Hilsdorf (*12-2-1805, em Wallertheim, Alemanha, + ? e sepultado em 6-7-1889, em Piracicaba) e sua mulher Christina Hümmel Hilsdorf (*5-4-1802, em Wolfsheim, Alemanha, – + em 28-6-1889 e sepultada em 29-6-1889, em Piracicaba), o que faz deles Pioneiros de Ibicaba ao redor dos 42 anos e 44 anos, respectivamente. Ainda ficam pendentes: a data do casamento deles, na Alemanha, e sobre a residência do casal em Piracicaba, saber se ela foi mesmo contínua, dos anos 1850 até a morte de ambos em 1889, como parece ter ocorrido. Não sei se são questões próprias de uma genealogia, mas gostaria muito de também saber onde é que moravam, do que viviam, se continuavam a manter filhos e netos ao seu redor.
Por outro lado, a busca de dados sobre o Pioneiro Martin Hilsdorf, sua(s) esposa(s) e seus filhos tinha atingido também nesse momento os seus limites, digamos, “brasileiros”, ficando evidente que teria que recorrer aos arquivos alemães. Pois, o prof. Totti já começou a cobrir essa lacuna, cedendo-me cópias da documentação original, que nomeei AAT = acervos alemães do prof. Totti, composta de páginas de livros de batismo de paróquias católicas alemãs entre 1836 e 1846, grafados em alemão ou latim, e também das traduções que ele providenciou. Assim, a partir da leitura desse conjunto documental, temos novidades para as nossas genealogias! Sim, mesmo considerando o restrito corte espaço-temporal do seu levantamento, uma década e uma paróquia, os assentos de batismo localizados pelo prof Totti mostram que:
–Os 3 casais Martin Hilsdorf e Christina Hummel, Martin Hummel e Suzana Darmstadt, e Guilherme Hummel e Gertrudes Becker, centrais na nossa história familiar, viveram e batizaram seus filhos em Wolfsheim nos mesmos anos pré-emigração;
–Gertrudes Becker era nascida em Wallertheim, Christina Hummel em Wolfsheim, e Suzana Darmstadt em Niedenreiheim, mas os casais moravam todos em Wolfsheim;
–Entre 1836 e 1846, os 3 casais tiveram pelo menos os seguintes filhos:
Martin Hilsdorf e Christina Hümmel [MH-CH]:
Elisabetha (*17-11-1836, batizada aos 18-11-1836);
Clara (*30-7-1839, batizada em 31-7-1839);
Sophia (*30-3-1842, batizada em 31-3-1842);
George (*20-6-1844, batizado aos 22-6-1844);
Martinho (*23-6-1846, batizado em 24-6-1846)
Martin Hummel e Suzana Darmstadt [MH-SD]:
Guilherme (*11 ou 14 -12-1836, batizado aos 17-12-1836);
Martin (*11-6-1841, batizado em 13-6-1841);
Catharina (*28-9-1846, batizada em 29-9-1846)
Guilherme Hümmel e Gertrudes Becker [GH-GB]:
Elisabetha (*8-9-1836, batizada no 9-9-1836);
Philippina (*9-1-1845, batizada em 12-1-1845);
Anna Maria (*10-9-1846, batizada em 12-9-1846);
–Arrumando pela cronologia, temos nascimento/batismo de:
Em 1836: Elisabetha/Isabel [GH-GB], Guilherme [MH-SD], Elisabetha [MH-CH],
Em 1839: Clara [MH-CH],
Em 1842: Sophia [MH-CH],
Em 1844: George [MH-CH],
Em 1845: Philippina [GH-GB],
Em 1841: Martin [MH-SD],
Em 1846: Martin [MH-CH], Anna Maria [GH-GB], Catharina [MH-SD].
–Ainda não sabemos a posição familiar de Guilherme Hümmel relativamente a Martin Hümmel e Christina Hümmel, pois o único elemento de ligação evidenciado pelos registros em pauta é o seu apadrinhamento em 17-12-1836, de Guilherme, filho de Martin Hümmel e Suzana Darmstadt, dando seu nome ao afilhado;
–Fechando o foco no casal Martin Hilsdorf–Christina Hümmel, vemos que ela era esposa de Martin Hilsdorf desde pelo menos o ano de 1836;
–Os dados AAT confirmam como filhos nascidos na Alemanha: Elisabetha/Isabel (1836), Sophia (1842), e George (1844), já conhecidos; Martinho (1846), que trouxemos como hipótese; e Clara (1839), inédita; para os demais, aguardamos nova documentação; pela riqueza das informações, replicamos a seguir os seus assentos completos de batismo (AAT), traduzidos e adaptados do latim para o português:
Elisabetha/Isabel (1836): nasceu no dia 17-11-1836, em Wolfsheim e foi batizada em 18-11-1836, ELIZABETHA, filha legítima de Martin Hilsdorf civis et sutoris/cidadão e sapateiro, e sua mulher Christina, nascida Hummel, sendo madrinha Elisabetha Fleischmann, residente em Wolfsheim. Na lateral: Elisabetha Hilsdorf em Wolfsheim (Ano 1836, Livro de Batizados, pg. 3: Registro 13);
Clara (1839): nasceu no dia 30-7-1839, em Wolfsheim e foi batizada no 31-7-1839, CLARA, filha legítima de Martin Hilsdorf civ. et agric.[olae]/cidadão e agricultor, de Wolfsheim, e sua mulher Christina nascida Hummel, de Wolfsheim também, casados na mesma localidade, sendo madrinha Clara Fleischmann, nascida Hauck, natural e residente em Wolfsheim, esposa de Joannis Fleischmann, da mesma cidade. Na lateral: Hilsdorf in Wolfsheim (Ano 1839, Livro de Batizados, pg.11: Registro 13);
Sophia (1842): nasceu no dia 30-3-1842, e no 31-3-1842 foi batizada SOPHIA, filha legítima de Martin Hilsdorf civis/cidadão de Wolfsheim, e sua mulher Christina nascida Hummel, em Wolfsheim, sendo madrinha Sophia Gesellohen??, de Wallertheim. Na lateral: Hilsdorf in Wolfsheim (Ano 1842, Livro de Batizados, pg.17: Registro 3);
George (1844): nasceu no dia 20-6-1844, e no 22-6-1844 foi batizado GEORGIUS, filho legítimo de Martin Hilsdorf civ[is]/cidadão de Wolfsheim, e sua mulher Christina nascida Hummel, em Wolfsheim, sendo padrinho Georgio Krehling, de Sulzheim. Na lateral: Hilsdorf in Wolfsheim (Ano 1844, Livro de Batizados, pg. 20: Registro 6);
Martin (1846): nasceu no dia 23-6-1846, e no 24-6-1846 foi batizado MARTINUS, filho legítimo de Martin Hilsdorf civ. et sutoris/cidadão e sapateiro de Wolfsheim e sua mulher Christina nascida Hummel, sendo padrinho Martin, católico, filho de Johann Hilsdorf, civ./cidadão residente em Wallertheim. Na lateral: Hilsdorf in Wolfsheim (Ano 1846, Livro de Batizados, pg.24: Registro 11).
–A partir desses novos dados, a ordem dos nascimentos e a identidade dos filhos (baseada em nome, ano de nascimento e morte, nome dos pais e onde eles são citados e documentados) passam a ser as seguintes:
-João Hilsdorf: Wolfsheim, 1831-97; Martin Hilsdorf e Christina Hümmel no casamento com Margarida Frey em 30-8-1853, em Limeira;
-Maria Magdalena Hilsdorf: ?, 1831/2-1913; Martin Hilsdorf e Catharina Hümmel no casamento com Martinho Fischer em 27-9-1851, em Piracicaba;
-Catharina Hilsdorf: Vallertheim, 1832-82; Martin e Elizabeth; no casamento com Konrad Witzel em 29-10-1849, em Limeira;
-Konegundes Hilsdorf: Vallertheim, 1836-1898; Martin Hilsdorf e Christina Hilsdorf no casamento com Valentim Hebling em 2-9-1855, em Piracicaba;
-Yzabel/Elisabetha Hilsdorf: Wolfsheim, 17-11-1836-1916; Martin e Christina Hümmel no registro de batismo em 18-11-1836;
-Clara Hilsdorf: Wolfsheim, 30-7-1839 – ?, Martin Hilsdorf e Christina Hümmel no registro de batismo em 31-7-1839;
-Sophia Hilsdorf: Wolfsheim, 30-3-1842-?; Martin Hilsdorf e Christina Hümmel no registro de batismo em 31-3-1842;
-Jorge Hilsdorf: Wolfsheim, 20-6-1844 – 1921; Martin Hilsdorf e Christina Hümmel no registro de batismo em 22-6-1844;
-M…nho Illsdorf = Martinho Hilsdorf: Wolfsheim, 23-6-1846 – ?; Martin Hilsdorf e Christina Hümmel no registro de batismo em 24-6-1846;
-Clara Hilsdorf: Ibicaba, 1848?-48; Martin e Christina Hilsdorf no óbito em 31-1-1848;
-Christina ou Celestina Illsdorf: s.i.; s.i; no apadrinhamento [com M… Illsdorf] em 31-8-1851, em Limeira, “ambos solteiros”;
-Elena Hilsdorf: (?-?); Martin e ?; no apadrinhamento em 10-4-1859, em Piracicaba;
-Elisa Hilsdorf: (?-?); Martin e ?; no apadrinhamento em 23-4-1869; em RCL;
-Maria Hilsdorf: (?-?); Martin e ?; no apadrinhamento em 18-1-1875, em Rio Claro.
II. MARIA ELISABETHA HILSDORF, III. CATHARINA HILSDORF e IV. MARGARIDA HILSDORF possíveis irmãs de Martin Hilsdorf?
A pesquisa acima revelou com graus muito variados de segurança documental, nomes de possíveis ou prováveis filhos e esposa de Martin Hilsdorf. As figuras a seguir, no entanto, são frutos de pura especulação para a existência de irmãs, ou seja, elas são reais e nomeadas claramente com o sobrenome Hilsdorf, mas minhas provas do parentesco não passam ainda de uma simples justaposição de documentos localizados em alguns acervos AAT. Tomando o contexto em consideração, até que a hipótese não é descabida: os nomes são de coetâneas de Martin, partilhando o seu espaço-tempo na Alemanha e no Brasil. Se correta a ideia, qual seria a natureza do parentesco? Qual a posição delas na estrutura familiar?
Na Alemanha: Maria Elisabetha Hilsdorf e Catharina Hilsdorf:
Na documentação AAT que nos chegou por intermédio do prof. Totti, reconhecemos os seguintes registros, todos da vila de Partenheim, envolvendo 2 nomes femininos com sobrenome Hilsdorf, que apresentamos a seguir, em uma versão completa, mas traduzida do latim e adaptada para o português:
“No dia 3-10-1836 nasceu em Partenheim e no 6 foi batizado JOHANNES PHILIPPUS/João Felippe, filho legítimo do cidadão Valentim Holdenried e de sua mulher Catharina, Hilsdorf em solteira, sendo padrinho Johannes Philippus/João Felippe ilegível????, adolescente de Partenheim”. Na lateral: “Johannes Philippus Holdenried, em Partenheim” (corresponde à imagem 1 AAT, do livro Batizados do ano 1836, p. 3, registro 11).
“No dia 23-8-1841 nasceu em Partenheim e no 24-8-1841 foi batizado HENRICUS JOSEPHUS/Henrique José, filho legítimo do cidadão e agricultor Valentim Holdenreid e de sua mulher Catharina, nascida Hilsdorf de Partenheim, sendo padrinho Henrico Josepho Hilsdorf/Henrique José Hilsdorf, residente na América, representado por Petrus Holdenried/Pedro Holdenried, de Partenheim, irmão do pai da criança”. Na lateral: “Holdenreid, em Partenheim” (corresponde à imagem 3 AAT, do livro Batizados dos anos 1841 e 1842, p.16, registro 10).
“No dia 28-7-1844 nasceu e no 31-7-1844 foi batizado JOANNES/João, filho legítimo do cidadão e agricultor em Partenheim Valentinus Holdenried e de Catharina sua mulher, nascida Hilsdorf, de Partenheim, sendo padrinho Joanne Michel/João Miguel, de Partenheim”. Na lateral: “Holdenried em Partenheim” (corresponde à imagem 4 AAT, do livro Batizados dos anos 1844 e 1845, p. 20, registro 9)
“No dia acima [19-4-1839] nasceu e foi batizada ANNA MARIA/Anna Maria, filha legítima do cidadão Valentim Holdenrieth, em Partenheim e de sua mulher Maria Elisabetha, nascida Hilsdorf, sendo madrinha Anna Maria Holdenrieth/Anna Maria Holdenrieth, mãe do pai da criança”. Na lateral: “Holdenrieth in Partenheim” (corresponde à imagem 2 AAT, do livro Batizados do ano 1839, p.10, registro 9).
Nesses registros de batismo AAT apareceram os nomes de Maria Elisabetha e Catharina, ambas Hilsdorf em solteiras, associadas a Valentim Holdenrieth/Holdenried, respectivamente, batizando os filhos havidos em Partenheim, com padrinhos de linha paterna e materna, como era a tradição, dentre estes, um Hilsdorf “que vive na América”. Não sei se são sobrenomes diferentes ou versões por erro de grafia do sobrenome de Valentim; o mesmo vale para os nomes femininos. O site Familysearch chega a sugerir que se trata do casal Valentim Holdenried e sua mulher, de nome composto: Catharina Elizabetha Hilsdorf. Percebemos essas inconsistências nos registros envolvendo os nomes dos casais, mas não temos presentemente condições de apontar a razão delas e esclarecer se são reais ou não. O importante no momento é destacar a menção ao sobrenome Hilsdorf dessas mulheres, na mesma década (1836-46) e no mesmo espaço sócio geográfico (o território do Reno-Palatinado) em que Martin Hilsdorf e Christina Hümmel viviam e batizavam os seus filhos: a distância entre as vilas de Wolfsheim, de Martin e sua mulher Christina, e Partenheim, de Maria Elisabetha e Catharina é de apenas c. 3,5 km.
Minha conclusão hipotética sobre esse arrazoado, parcialmente documentado: certamente são parentes, não são filhas de Martin, que era um jovem adulto de 31 anos em 1836, mas talvez possam ser suas irmãs… Enfim, um destaque: os nomes femininos Elisabetha/Elisa/Isabel e Catharina são recorrentes entre filhas e netas de Martin Hilsdorf. Perguntamos: homenageando as hipotéticas tias, como era o costume?
IV. Em Rio Claro: Margarida Hilsdorf:
Os documentos consultados no familysearch evidenciaram que, nos anos 1860, teria existido em RCL uma Margarida Hilsdorf casada com Francisco Müller, pais no mínimo de 2 filhos e com íntimos relacionamentos socio-afetivos com a família Brïll/Bïll: temos (em RCL, Livro de Batismos, abril 1857 a maio 1865, imagem 139), em 23-12-1862, na Matriz de RCL, batizado de Hupert, com 30 dias, filho de Francisco Metteher/Mitller//Motller/Müller e Margarida Iedorf/Iesdorf/Isdorf, lido como Hilsdorf, sendo padrinhos Roberto Brill e Maria Brill, moradores (ou seja, colonos) do sítio “Angélica”; e (em RCL, Livro de Batismos, junho de 1865 a jan 1869, imagem 45), em 18-3-1866, na Matriz de RCL, batizado de Francisco, nascido em 24-2-1866, filho dos mesmos Francisco Mitller/Motller/Müller e Margarida Hilisdorf, lido como Hilsdorf, sendo padrinhos Pedro Brill e sua mulher Maria Bril (todos os sobrenomes sic mas sabemos que o correto é Bïll).
Avançando para os anos 1870, porém, essa configuração muda: ficando viúvo de Margarida, percebemos que esse Francisco Müller aparece claramente associado a Júlia ou Júlia Conegundes Hebling, como mostram os registros de batismo dos filhos, uma vez que o assento do casamento deles não foi ainda localizado:
1) – em RCL, Livro de Óbitos set 1875 a março 1882, imagem 7, óbito de uma filha, em 22-10-1875, Margarida, de 4 meses, filha de Francisco Milich sic mas é Müller e Conegundes Hebling;
2) – em RCL, Livro de Óbitos set 1875 a março 1882, imagem 92, em 20-11-1878 registro de óbito de outra Margarida de 2 meses, filha de Francisco Müller e Conegunda [Hebling] Müller (escrita muito legível, não deixa dúvidas do teor);
3) – em RCL, Livro de Batismos de out 1876 a set 1881, imagem 114, batizado em 19-10-1880 de Magdalena de 29 dias, filha de Francisco Müller e Cunegundes [Hebling] Müller, sendo padrinhos Martinho Hümmel e sua mulher Magdalena Volf (sic). [Cerca de um mês depois o próprio casal Francisco Müller e sua mulher Henrigunda (sic, mas sabemos que é Conegunda) Hebling aparecem em RCL, Livro de batismos de out 1876 a set 1881, imagem 120, como padrinhos de batismo em 22-11-1880 de Francisco, de 8 dias, filho de Rafael Rodrigues e Anna Hebling, esta uma irmã de Conegundes, sendo ambas filhas de Adão Hebling e Catharina Diefenbach]
4) – em RCL, Livro e Batismo de set de 1881 a jun 1887, imagem 30, em 22-6-1882 batizado de Guilhermina, de 16 dias, filha de Francisco Müller e Júlia Conegunda (sic), sendo padrinhos Ernesto Echer e Guilhermina Echer;
5) – enfim, em RCL, Livro de Batizados de junho de 1886 a abril 1889, imagem 5, em 2-8-1886 batizado de Júlia, nasc. em 18-7-1886, filha de Francisco Miller e Conegundes [Hebling] Mille = Miller, sendo padrinhos um casal de italianos; desta Júlia temos também o registro de sepultamento em 10-7-1889, aos c.de 3 anos de idade, [de vermes], em RCL, Livro de óbitos de nov de 1887 a julho de 1899, imagem 109.
Mas pela documentação consultada, existia também uma Margarida Hilsdorf dos anos 1850, associada diretamente por casamento a um Brüll/Brïll/Bïll, provavelmente mais velha que aquela Margarida referida como a primeira esposa de Francisco Müller, e mesmo na possível condição de sua genitora, pois localizamos uma Margarida Historf que chegou à província de São Paulo em leva dos anos 1850, já casada e com 4 filhos, um deles de nome Margarida! Trata-se segundo o site gomessilva2 do casal Andréas Brisel e Margareth Hoeldorf e seus filhos Hubert, Margarethe/Margarida, Anna e Peter, vindos de Roderhausen, na Prússia, passageiros do brigue belga “Bousselo” que saiu do porto de Antuérpia para Santos, onde chegaram em 4-6-1854 [o site os reapresenta como os passageiros Ananéas Büll e sua mulher Margarethe Hösdorf e seus filhos Hubert, Margarethe, Anna e Peter, prussianos, vindos no brigue belga “Bouprole” de Anvers para Santos, onde chegaram em 20-5-1857; não temos porém, como decidir a questão no momento]. O desenvolvimento da pesquisa permitiu identificar esse grupo familiar como o casal Margarida Hilsdorf (*c.1811- +1879) e Andréas Brïll ou Bïll (*c.1807- +1870), nascidos e casados na Alemanha e falecidos ambos em Rio Claro, e seus filhos Umberto ou Roberto, Anna, Margarida e Pedro; uma 5ª. filha, Maria, é citada em documentos posteriores, sugerindo que ela nasceu depois da chegada da família a RCL.
O casal Margarida e André: as balizas pessoais deles vieram dos respectivos atestados de óbito: em RCL, Livro de Óbitos de agosto 1869 a set 1875, imagem 37, registro em 2-8-1870 do óbito de André Brill, de 63 anos [portanto nascido c. 1807], casado com Margarida Hisdolf (sic); e em RCL, Livro de Óbitos set 1875 a março 1882, imagem 114, registro em 6 ou 7-12-1879 do óbito de Margarida Brill, alemã, de 68 anos [portanto, nascida c. 1811], “viúva por óbito de João Hulsorf/Hilisorf/Honsorf/Hilisdorf/Hilsdorf”. Este destaque é dado ao equívoco de identificação no assento, devido certamente a uma distração do padre, que escreveu no lugar do nome do marido de Margarida, André Brïll, já falecido há alguns anos, o nome do provável parente João Hilsdorf, que era filho de Martin Hilsdorf e bem conhecido na cidade e era casado desde 1853 com uma Margarida, sim, mas da família Freÿ. João deve ter-se encarregado de fazer o documento da morte dela, Margarida Hilsdorf Brïll, na Matriz de Rio Claro. Mas, João o fez sob que condições: como sua irmã, tia, ou prima??? Sem o apoio de outras fontes explícitas, a posição dessa Margarida Hilsdorf-Brïll na família Hilsdorf poderia referir tanto uma filha de Martin Hilsdorf que ficou na Alemanha e emigrou já casada e com filhos em 1854 ou 57, vários anos após a vinda pioneira da família paterna em 1846-7; quanto a outras situações de parentesco, como irmã, prima etc. Talvez represente apenas um excesso de imaginação de minha parte, mas considerando suas balizas cronológicas (*c.1811 – +1879), pareceu mais possível e provável identificar Margarida Hilsdorf Brïll como irmã de Martin Hilsdorf (*1805 – +1889), e assim, tia de João Hilsdorf (*1831 – +1897).
Filhos do casal Margarida-Andréas localizados:
—Hubert/Umberto/Roberto [Hilsdorf] Brïll/Bïll, casado com Margarida Wolf (temos então a sogra Margarida Hilsdorf Brill e a nora Margarida Wolf Brill). Pais de 11 filhos: José (1866), Pedro (1867), Maria (1869), Margarida (1870). Magdalena (1871), Elizabeth (1873), Ana (1875), João (1877), João (1877), (João 1879), e Christina (1880), segundo informações coletadas para a genealogia dos Wolf, a quem remetemos para dados mais detalhados.
—Anna [Hilsdorf] Brïll/Bïll, sem outras referências;
—Margarethe/Margarida [Hilsdorf] Brïll/Bïll, futuramente casada com Francisco Müller, pais de 2 filhos localizados: Hupert (1862) e Francisco (1866); o qual depois de viúvo, se casaria com Conegundes Hilsdorf Hebling, sendo pais de mais 5 filhas localizadas até o momento: Margarida (1875+), Margarida (1878+), Magdalena (1880), Guilhermina (1882) e Júlia (1886-89). Todos os envolvidos foram detalhados acima.
—Pedro [Hilsdorf] Brïll/Bïll, existindo vários documentos que nos ajudam a dar concretude a essa família. Casado com Maria ??, que se torna então Maria ?? Brill pelo casamento. A identificação desta Maria é indireta a partir da localização dos filhos, pois não achamos o assento do casamento deles; mas superando as várias versões de seu nome e sobrenome acabamos por firmá-la como Maria Elisa (nome intercambiável com Isabel e Elisabeth)/Packes, futuramente Maria Packes Brill. Filhos desse casal Pedro e Elisa:
1 – Maria (1872-73): em RCL, Livro de Óbitos de agosto 1869 a set 1875, imagem 141, que registra em 13-12-1873 o falecimento de Maria de um ano, filha de Pedro Bril e Maria [??] Bril sic;
2 – Joaquim (1875): em RCL, Livro de batismos de abril de 1873 a out de 1876, imagem 172, batizado em 12-3-1876 de Joaquim, *27-12-1875, filho de Pedro Bril e Isabel Beird ou Beisd, sendo padrinhos Joaquim Beist e Catharina Dob, da família materna;
3 – Roberto (1877): em RCL, Livro de Batismos de out 1876 a set 1881, imagem 36, registro do batizado em 11-12-1877 de Roberto, de 1 mes e meio, filho de Pedro Brill e Elisa Baitiger (sic), sendo padrinhos Joaquim Baitizer (sic) e Paulina Karthem ou Karthen (sic);
4 – Carolina (1880): em RCL, Livro de Batismos de out 1876 a set 1881, imagem 123, registro do batizado em 14-12-1880 de Carolina, de 30 dias, “filha de Pedro Brill e Elisa Packes ou Backes”, sendo padrinhos Joaquim Packes ou Backes e Carolina Holer ou Holes (tudo sic), mas provavelmente os mesmos dos registros anteriores, inclusive a Catharina Holer “ouvida” como Catharina Dob;
5 – Maria (1885): em RCL, Livro de Batismos de jan de 1883 a julho de 1886, imagem 123, em 8-4-1885 batizado de [outra] Maria, *14-3-1885, filha de Pedro Brill e Isabel Baxt ou Barxt??, sendo padrinhos Roberto Brill e sua mulher Maria Brill, por engano do padre ou do escrevente, pois são o irmão de Pedro, Roberto Brill e sua mulher Margarida Wolf Brill;
6 – José (1887): em RCL, Livro de batismos de junho 1886 a abril 1889, imagem 73-74, Pedro Brill e Elisa Baich, lavradores, são os pais no batizado em 19-10-1887 do filho José, nascido aos 26-9-1887, sendo padrinhos um casal de brasileiros;
7 – André (1893): Em RCL, Livro de batismos de junho de 1891 a agosto de 1893, imagem 182, registro do batizado em 18-3-1893 de André, de 31 dias de idade, filho de Pedro Brill e Elisa Packes, sendo padrinhos Pedro [Wolf] Brill e Elisa [Elisabeth] Wolff sic. De todos os filhos, foi localizado o registro de casamento deste André, em RCL, Livro de Matrimônios de maio de 1916 a outubro de 1919, imagem 53, nos seguintes termos: em 2-6-1917, sendo testemunhas José dos Santos, “que não sabendo ler e escrever assinou a seu rogo Zeferino de Souza”, e Domingos Martinghi; casaram-se André Brüll e Alba Gomierro, ele de 23 anos, filho de Pedro Brüll e da falecida Isabel Brüll, natural de Piracicaba e morador em Rio Claro; e ela de dezenove anos e meio de idade, filha de Giuseppe e Margarida Gomierro, natural da Áustria e moradora em Rio Claro.
Localizamos também um apadrinhamento do casal Pedro e Elisa Brill: em RCL, Livro de Batismos de maio 1907 a fev 1909, imagem 103, em 2-8-1908 deu-se o batismo de Caetano, de 60 dias, filho de pais brasileiros, sendo padrinhos Pedro Brill e Elisa Brill.
—Maria [Hilsdorf] Brïll/Bïll, não referida nas listas de passageiros emigrantes, o que pode indiciar que teria nascido já no Brasil. Casada com Ulrich Wolf, de modo que é Maria [Hilsdorf] Brïll Wolf, sendo seu marido Ulrich um irmão da Margarida Wolf casada com seu irmão (acima) Roberto [Hilsdorf] Brïll. Filhos do casal Ulrich Wolf e Maria [Hilsdorf Bïll] Wolf localizados: Christina (1869), Elizabeth (1870), Maria (1872), Jacob (1874), João (1876), Ana (1878), Huberto/Roberto (1881), e Martinho (1883), para os quais há genealogia própria no Anexo Wolf.
Enfim, convém lembrar que embora Margarida e sua família nuclear sejam sempre mencionadas como “provenientes de Rodershausen, na Prússia”, ao tempo em que vieram ao Brasil essa vila de fato pertencia politicamente ao reino da Prússia, mas sua situação geográfica era na parte renana deste reino, aquela mais setentrional, encostada no Luxembrugo; hoje em dia, Rodershausen faz parte, justamente, do estado alemão do Reno-Palatinado (Rhein-Pfalz). Ou seja, no que concerne às ligações com o possível irmão Martin Hilsdorf, podem ter partilhado na Alemanha a mesma região, de moradia, ainda que não fossem vizinhos próximos.
Nota 1: localizamos alguns registros envolvendo figuras com o sobrenome Bïll (e suas versões), as quais ainda não conseguimos identificar, mas que copio a seguir para futuros esclarecimentos:
Os mais citados são o casal Frederico e Margarida Bïll e dois de seus filhos: Augusto Godofredo Bill c/c Julieta de Oliveira e Frederico Bïll c/c Maria Conchetta de Pilla:
PAIS:
–em RCL, Livro de Batismos de agosto de 1893 a abril de 1895, imagem 30, Margarida Bil e Frederico Bil são padrinhos em 7-1-1894 na Matriz de RCL, de Margarida *21-12-1893, filha de pais portugueses? Italianos?
Filho 1: –em RCL, Livro de Matrimônios de maio 1900 a janeiro 1908, imagem 68, Jorge Pott e Augusto Brell/Brïll/Bïll são testemunhas em casamento de noivos brasileiros em 7-2-1903, na matriz local; –em RCL, Livro de Matrimônios de maio 1900 a janeiro 1908, imagem 180, em 27-6-1907 ocorreu o casamento, sendo testemunhas 2 brasileiros, de Augusto Godofredo Brill, de 27 anos, filho de Frederico e Margarida Brïlll, com Dona Julietta de Oliveira, filha de Zacarias e Júlia de Oliveira; ambos moradores de RCL. O noivo seria o mesmo Augusto que aparece no assento anterior e os pais dele idem para o casal de padrinhos do primeiro assento acima. Mas, não conseguimos posicioná-los entre os Bïll. FILHOS do casal Augusto e Julieta:
1) – Em RCL, Livro de Batismos, imagem 90, batizado em 24-6-1908 de Caubÿ *19-4-1908, sendo pais Augusto Brüll e Julieta de Oliveira Brüll e padrinhos um casal da família materna Oliveira.
2) – Em RCL, Livro de Batismos de maio de 1910 a maio 1911, imagem 72, batismo em 23-10-1910 de Odilon, *24-8-1910, sendo pais Augusto Bïll e Julieta de Oliveira Bill e padrinhos Martinho Bïll e Francisca Bïll.
3) – Em RCL, Livro de Batismos de nov 1??? a maio de 1913, imagem 42, batismo em 24-12-1912 de Jacÿra, de 6 meses, sendo pais Augusto Büll e Julieta de Oliveira Büll e padrinhos Oscar de Camargo e Anna de Almeida Viegas. E no mesmo RCL, Livro de Batismos nov 1??? a maio de 1913, imagem 42, na sequência do anterior, batismo de Doracÿ, de 16 meses, em 24-12-1912, sendo pais Francisco de Godoy e Rosa Oliveira Godoy e padrinhos Augusto Büll e Julieta de Oliveira Büll.
4) – em RCL, Livro de Batismos de junho 1914 a junho 1916, imagem 34, em 25-10-1914 batismo de Milton, *com 6 meses, filho de Augusto Büll e Julieta de Oliveira Büll, sendo padrinhos Martinho e Margarida Büll, tudo sic.
5) – Em RCL, Livro de Batismos de junho 1916 a dez 1917, imagem 84, batismo em 24-12-1916 de Juracÿ Julia, *22-5-1916, filha de Augusto Büll e Julieta de Oliveira Büll, sendo padrinhos Furgencio de Godoÿ e Rosa de Oliveira Godoÿ, tudo sic.
6) – Em RCL, Livro de Batismos de dez de 1917 a nov de 1920, imagem 53, batismo em 12-5-1918 de Diva, *7-11-1917, filha de Augusto Büll e Julieta de Oliveira Büll, sendo padrinhos Adelino de Oliveira e Silvina de Oliveira, da família materna.
7) – Em RCL, Livro de Batismos de dez de 1917 a nov de 1920, imagem 242, batismo em 25-3-1920 de Cleid, *13-12-1919, filha de Augusto Büll e Julieta de Oliveira Büll, sendo padrinhos Adelino de Oliveira e Silvina Viegas de Oliveira, da família materna.
Filho 2: –em RCL, Livro de Matrimônios de maio 1916 a out 1919, imagem 9, temos o casamento de outro filho de Frederico e Margarida: na matriz local em 24-6-1916, sendo testemunhas Joaquim Arnold e D. Maurício??, temos o casamento de Frederico Bïll com Maria Conchetta de Pilla, ele de 22 anos, filho de Frederico e Margarida Bïll, e ela de 20 anos, filha de Pedro de Pilla e Rita de Pilla.
–em RCL, Livro de Batismos de agosto de 1893 a abril de 1895, imagem 71, Telêmaco Bil e Izolina Bil são os pais da bebê Josephina *20-12-1893, batizada em 13-10-1894 por Cisto (sic, mas anotado na margem “Xisto”) e Josephina Spiller.
Nota 2: uma lembrança de quando eu era criança e que somente agora recuperei: familiares de Rio Claro falando algo como: “…as Bill, que são parentes do seu pai [Hilsdorf]”! Sim, parece que confirmado pelo exposto acima, mas ainda não sabemos como. De qualquer modo, este momento da pesquisa mostrou que a depender dos relatos familiares a leva pioneira de 1847 está – compreensivelmente – pouco disponível, e foi a consulta ao arquivo digital do familysearch.org que nos colocou em contato com atestados de nascimento, casamento e óbito produzidos no âmbito da Igreja Católica ao longo de vários anos, documentos que ampliaram em muito a nossa cronologia familiar e “levantaram a ponta do véu” que cobria suas ligações familiares e assim os espaços sociais ocupados por eles. Imprescindíveis, mas ainda que longe de garantir 100% de veracidade para os seus registros e assim, a elucidação de pontos cegos da genealogia!
Esquematicamente temos:
I – MARTIN HILSDORF (*1805 – +1889), em ?? casado na Alemanha com Christina Hümmel (*1802 – +1889), ambos Pioneiros de Ibicaba. Filhos localizados, lembrando que ainda falta a identificação de Catharina como filha de Christina, os demais estando documentados nesse qualificativo
I.1. Filho João Hilsdorf (1831-1897), c/c Margarida Freÿ em 30-8-1853, ambos Pioneiros de Ibicaba. Filhos localizados:
–Martinho (*c.1850) c/c a prima Sophia H. Hebling e pais de 9 filhos: Maria Margarida, Elizabeth, Josefa, Luiz Bernardo, João Bonamy, Augusto, Cecília, Natália, José e Josefa; João (1854+);
–Maria (*25-6-1857 – ?) c/c Bento Vollet em 1875 e pais de filhos localizados: José, Margarida c/c o primo José Baungartner Hilsdorf e pais de 9 filhos, Elisa, Sophia, Maria Catharina, Antonio, Joaquim, João Eufrosino e Itelvina Eulália;
–Eliza (1859/60-?) c/c João Dhom e os filhos Francisco (*1888) e João Batista (1889);
–Jorge (*23-5-1861 e +13-7-1934) c/c Christina Hümmel em 1888 e pais de 13 filhos: Martinho c/c Emilia Castilho Rivera; Margarida c/c João Dagnone; Guilhermina c/c Conrado Hebling; Olívia solt; José c/c Olga Fadul; Augusto c/c Ana Paulina Hubner; Maria c/c Salvador Muoio; Waldomiro c/c Maria Rosa Lustri; Sílvio c/c Emília Dagnone; Antonio c/c Lúcia Moraes; Pedro c/c Eliza Beta Lustri; Jorge c/c Maria Coelho; e Mário c/c Nair Spedo;
–Sophia (*1-7-1863 – ?);
–Magdalena (*9-8-1865 – ?);
–Joaquim (*14-6-1867 – ?);
–João (1869+);
–Valentim (*18-5-1870 – ?);
–Ana Bárbara (*6-8-1872 – ?) c/c Mário Galvão, com a filha Maria;
–Margarida (*14-1-1875 – ?) c/c José G. Gerais e pais de 5 filhos localizados: Antonio Claret (1907), Alice (1908), Alzira (1910), Clarice (1911) e Clarisse (1917);
–João (*4-6-1877 – ?) c/c Maria Augusta Brochado Penteado em ? e os filhos: Antonio, Pedro, Sebastião, José, Paula, Francisca, Maria do Carmo e Álvaro;
I.2. Filha Maria Magdalena Hilsdorf (1831/2-1913), c/c Martinho Fischer em 27-9-1851. Ambos Pioneiros de Ibicaba. Filhos localizados:
–João c/c Ana Müller e pais de 6 filhos;
–Carlos c/c sua prima Catharina Fischer e pais de 5 filhos;
–Martinho (+);
–Martinho c/c Conegundes Girbert?;
–Sophia c/c Francisco Fraseado/Frosado;
–Jorge c/c Carolina Pillat;
–Conegundes;
–Christiano;
–Justina por hipótese.
I.3. Filha Catharina Hilsdorf [P] (1832-1882), filha de Martin e Elizabeth pelo relato familiar, c/c Conrado Witzel (*9-9-1823?1829?-+26-1-1889) em 29-10-1849 em Ibicaba. Ambos Pioneiros de Ibicaba. Filhos localizados:
–Maria Magdalena c/c Benedito Krättli e pais de 6 filhos;
–João c/c a prima Gervina Pinto Gonçalves e pais de 13 filhos;
–Isabel c/c E. Keller;
–Sophia;
–Catharina c/c/D.Bautto com 2 filhos;
–Clara;
–Conegundes c/c Pedro Lahr e pais de 2 filhas;
–Maria;
–Josefa.
I.4. Filha Konegundes Hilsdorf (1836-1898), c/c Valentim Hebling (*11-10-1831 e +5-12-1903) em 2-9-1855; ela Pioneira em Ibicaba. Filhos:
–Elisa c/c Gottlob Mutschele e pais de 5 filhos;
–Isabel (*1860);
–Martinho (*1859 -c/c Catharina Barun/Bowen, com 2 filhos;
–Felipe (+);
–Conegundes;
–Maria (*1868 – 1906) c/c Pedro Vancelli em 1887 e pais de uma filha Paulina.
I.5. Filha Yzabel/Elisabetha Hilsdorf (1836-1916), c/c Konrad Hebling (*c. 1-6-1837 – + 28-7-1925), em 15-2-1862; ela Pioneira de Ibicaba. Filhos localizados: –Sophia (*1862) c/c o primo Martinho Hilsdorf em 1878 e pais de 9 filhos;
–Valentim (+);
–Martinho c/c a prima Maria H.Hebling e pais de 3 filhas;
–Valentim c/c Julia Carvalho e pais de 1 filha Aladia;
–João c/c a prima Maria e pais de Anna, Salvador, Maurílio, Carlota, João;
–Felipe c/c a prima M.Magdalena Fischer e pais de 6 filhos;
–Conrado Filho c/c Maria Keller e pais de 11 filhos;
–Maria (+);
–José c/c ??;
-Luiz c/c Sophia Lahr.
I.6. Filha Clara Hilsdorf (1839 – +?);
I.7. Filha Sophia Hilsdorf (1842-?), c/c Phelippe Joseph Hebling (*14-9-1840-+1871??) em 30-4-1864; ela Pioneira de Ibicaba. Filhas:
–Isabel/Elisa Hilsdorf Hebling (1865) c/c Vicente Montera em 1883 e pais de Julieta (1887), Angelina (1888), por hipótese, Theodoro (1894), e José (1896); Lucila (1898) e Rosa (c. 1888);
–Maria Hilsdorf Hebling (1868-1966) c/c o primo Martinho Hilsdorf Hebling (1866-1948) e pais de Rita Isabel (1891), Rosalina (1894), Maria (1896), Julieta (1898), Elisa (1901), Maria Júlia (1903), José Atílio (1905), e Virgílio (1908).
I.8. Filho Jorge Hilsdorf (1844-1921), c/c Maria Baungartner em 1868, por pura hipótese. Não sabemos se Pioneiro ou não de Ibicaba. Filhos localizados:
–Barbara c/c Francisco José Soares e pais de 13 filhos;
–Jorge Filho;
–João;
–Valentim c/c a prima Elisa Vollet;
–José c/c a prima Margarida Vollet, irmã de Elisa Vollet acima, e pais de 9 filhos;
–Martinho c/c Narcisa Maia e pais de 5 filhos;
–Felipe;
–Sebastião;
–Elisa;
–Maria Magdalena.
I.9. Filho M…nho Illsdorf (1846-?). Pioneiro de Ibicaba;
I.10. Filha Christina ou Celestina Hilsdorf (? – ?). Pioneira de Ibicaba;
I.11. Filha Clara Hilsdorf (848-1848), nascida e falecida em Ibicaba;
I.12.Filha Elena Hilsdorf (?-?);
1.13. Filha Elisa Hilsdorf (?-?);
1.14. Filha Maria Hilsdorf (?-?);
II – MARIA ELISABETHA HILSDORF: hipoteticamente irmã de Martin Hilsdorf; na Alemanha
III – CATHARINA HILSDORF: hipoteticamente irmã de Martin Hilsdorf; na Alemanha
IV – MARGARIDA HILSDORF (*c.1811- +1879), c/c Andréas Brïll/Bïll (*c.1807- +1870). Por hipótese, irmã de Martin Hilsdorf, veio ao Brasil, mas não foi Pioneira de Ibicaba. Ela e o marido nascidos e casados na Alemanha e falecidos em Rio Claro. Pais pelo menos dos filhos:
1.3.1–Hubert ou Roberto Hilsdorf Brïll/Bïll, c/c Margarida Wolf e pais de 11 filhos;
1.3.2–Anna Hilsdorf Brïll/Bïll;
1.3.3–Margarethe Hilsdorf Brïll/Bïll c/c Francisco Müller e pais de 2 filhos;
1.3.4–Peter Hilsdorf Brïll/Bïll c/c M.Elisa Pakes e pais de 7 filhos;
1.3.5.–Maria Hilsdorf Brïll/Bïll c/c o cunhado Ulrich/Ulisses/Henrique Wolf e pais de 8 filhos.